segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Apague definitivamente os arquivos do seu computador

Por Raul de Oliveira

Já perdi a conta do número de vezes que alguém me chamou para dar uma força para recuperar arquivos perdidos de um HD que travou, ou para ajudar em uma deleção malsucedida (normalmente por falta de atenção).



Até a bem pouco tempo, nosso próprio editor teve que recorrer a um software de recuperação para salvar um HD formatado em FAT - sigla para File Allocation Table ou tabela de alocação de arquivos, que surgiu em 1977, para funcionar com a primeira versão do DOS - que havia travado com arquivos importantes.

O que não faltou nesse dia foram sugestões de programas para recuperação de arquivos e até mesmo indicação de empresas especializadas na recuperação de dados vitais de HDs de servidores de grande importância.

Ou seja, pensar que apagar uma imagem ou um arquivo é o fim da linha é um ledo engano. Tudo pode ser recuperado, principalmente porque, quando você apaga um arquivo do HD, ele apaga o índice, mas o arquivo permanece para ser sobrescrito por outro depois de um tempo.

A razão disso tem a ver economia de energia e tempo. Se toda vez que o computador apagasse um arquivo ele tivesse que realmente excluí-lo, a performance da máquina cairia. Logo, usar o "branquinho" digital foi a solução encontrada por nossos geeks desenvolvedores.

Mas existem casos em que você deseja dar fim de uma vez por todas a um arquivo, principalmente se ele é comprometedor (fala a voz da experiência). Nesses casos, você tem algumas opções.

A primeira delas é, depois que apagar um arquivo, limpar a lixeira e criar outros arquivos. Depois, apague-os novamente e assim por diante. Faça isso umas boas vezes, principalmente se o documento criado for grande. Isso obriga a gravação sobre a informação antiga. E digamos, é o método masoquista de eliminação crucial do arquivo, o que, ainda assim, pode deixar vestígios.

A segunda opção é optar um software destruidor de arquivos, e, nesse caso, existem muitos. Aliás, com uma busca por files shredder. você encontra tantos que chega a perder a conta das opções.

Mas como descobrir qual o melhor para atender à sua necessidade? Uma busca por comentários e recomendações, o único jeito. Cada caso é um caso, e cada software destruidor de arquivos trabalha de uma maneira diferente para eliminar os vestígios.

Dentro dessa categoria você encontra, por exemplo, o Revo Uninstaller, que tem como propósito desinstalar de verdade aqueles programas que você manda remover pelo Windows.

Se o caso for dar fim a documentos confidenciais, da mesma empresa você pode baixar o Unrecoverable Delete, que se propõe a eliminar os vestígios dos arquivos que você realmente gostaria de excluir.

Já o Universal Shredde é um software muito recomendado para você que gosta de uma interface bem trabalhada. Com ele, além dos arquivos que você deseja eliminar, você pode apagar o lixo de seu HD.

Existe também o File Shredder, que elimina definitivamente qualquer vestígio.

Além desses, é possível encontrar muitos outros em sites especializados em downloads, tais como EZ Wipe 2.9.5, Dr Delete 1.0 etc. Em um site especializado, por exemplo, a categoria de programas para limpeza de disco pode passar de 300 indicações.

Atente para o fato de que o meio correto de excluir um arquivo é manualmente, gravando e desgravando arquivos para serem sobrescritos. Tome muito cuidado, pois, ao utilizar os softwares indicados, não há volta. Os arquivos serão eliminados definitivamente.

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Formatando a petição – II: Fundamentação

Formatando a petição – II: Fundamentação
Marcadores: Digital, Processual

No artigo Formatando a Petição – I tratamos da formatação digital da petição; cuidaremos, neste artigo do conteúdo do petitório (a fundamentação). Quando ainda era iniciante na advocacia, como é natural a quem gosta de estudar, elaborava petições livrocontendo extensas fundamentações, repletas de citações doutrinárias, decisões dos Tribunais, repetições de textos legais, etc. Não me conformava quando alguém dizia: ah, o juiz não vai ler tudo isso. O tempo foi passando(1) e constatei que elaborar petições extensas, além de contraproducente (quanto mais se fala, mais se complica...), tomava muito meu tempo (embora, com a utilização da informática, seja possível elaborar petições em curto espaço de tempo). Além disso, a extensão dos argumentos não influenciava muito resultado, mesmo porque “direito é prova”, como diz o jargão. Deveras, se a tese é destituída de prova, não há santa fundamentação capaz de sanar o inconformismo da parte, salvo se o pleito cuidar exclusivamente de discussão sobre “matéria de direito” (violação da Constituição, da lei, ou divergência jurisprudencial).

A função do advogado –profissão mais amada (e, ao mesmo tempo, odiada) do planeta– é, antes de tudo, “convencer”, por isso mesmo todos nós sempre nos esmeramos no intuito de defender o interesse do cliente. Contudo, é de se indagar sobre a real necessidade de se lançar, por exemplo, numa petição inicial, diversas jurisprudências sobre assuntos, digamos, já “batidos”. Claro que diversa é a situação se a matéria é objeto de controvérsia nos Tribunais ou se a intenção é preparar, desde logo, a tese para futuros recursos (estratégia, diga-se, altamente recomendável e que, por vezes, a seguimos). Mas, a esta altura do campeonato, seria útil fundamentar o pleito de horas extras, por exemplo, em jurisprudência que trate de questões fáticas(2)? Certa vez, observamos recurso de revista (apelo trabalhista em que a matéria discutida demanda apreciação do Tribunal Superior do Trabalho) ter sucesso contendo apenas um parágrafo. Apontou-se a violação literal de lei e, pronto, o pedido foi acolhido. A propósito de divergência jurisprudencial, como objeto do recurso de revista, o artigo 896, "a", da Consolidação das Leis do Trabalho, cogita de "...interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal...", ou seja, no singular, tal que apenas uma decisão já bastaria.

Ressalte-se: “cada caso é um caso”; na fase recursal, por vezes, é necessário recorrermos a decisões de outros Tribunais para fundamentarmos nosso pleito, especialmente tendo em vista o tipo de recurso interposto. Posições doutrinárias, conforme o caso, também são necessárias e é razoável apresentarmos mais de um entendimento se a o intuito for somente "convencer" (mas, não, como pressuposto recursal), notadamente em se tratando de temas novos. Porém, seria relevante juntarmos, no mesmo recurso, dez, vinte Acórdãos, sobre o mesmo tema, fazendo, pois, com que o apelo tenha 100, 150 laudas? São questões que merecem reflexão.

Sem dúvida, devemos utilizar todos os recursos disponíveis para fazer valer o interesse de quem defendemos (tarefa árdua e, muitas vezes, ingrata, mas, é o ofício que escolhemos e devemos praticá-lo com amor). Ademais, nada pior do que "pecar por omissão" (o excesso também pode ser tornar "pecado"). Entretanto, é possível convencer a partir de argumentos objetivos, sucintos, claros e fáceis de ler. Só um cuidado aqui: a famosa máxima “para o bom entendedor, meia palavra basta” não se aplica ao Direito! Nesse âmbito, é necessário caprichar no verbo para que os fatos fiquem bem claros e, lá na frente, ninguém diga: ah, isso não foi cogitado na inicial (ou na defesa).

Já ponderamos no artigo anterior desta série sobre a questão de estilo, que, claro, não deve ser tolhido (a criatividade também faz parte da arte de advogar), mas, é sempre importante buscarmos equilíbrio, o que nem sempre é fácil e somente vem com o tempo. Até hoje não encontramos forma definitiva – e, provavelmente, nem vamos encontrar; afinal, em Direito não existe pleito “certo ou errado”, há somente o “fundamentado" ou o "não-fundamentado”.

No blog, inclusive, trouxemos alguns modelos mais extensos, contudo, o objetivo foi meramente didático. Na prática, devemos procurar o máximo de objetividade, medida que os iniciantes devem levar em conta (e foi neles que pensamos ao escrever este artigo). Ora, os juízes, atualmente no Brasil, têm milhares de processos para julgar e se facilitarmos o trabalho do Poder Judiciário facilitaremos o nosso.

Advirta-se, a propósito, que o entendimento ora exposto não pode, evidentemente, servir como "amarra", porque as variantes são muitas. Como inexiste fórmula mágica, cada profissional construirá, aos poucos, seu próprio estilo. E não vamos dizer que, nesse caso, deve-se usar o "bom senso", porque se trata de jargão que repudiamos com veemência; qual "bom senso"? O meu? O seu? De quem? Da maioria?

De fato, costuma-se dizer que "direito é bom senso"...ora, se direito é somente "bom senso", vamos, então, fechar todas as universidades, pois, tendo como paradigma jurídico o tal "bom senso", não precisamos estudar, pesquisar, perquirir, indagar, investigar, questionar, etc., etc., etc. Nossa crítica não visa à expressão em si mesma, mas, sim, ao mau uso que se faz dela.

Salvo melhor juízo, é o que nos parece.

NOTAS

(1) Nada como prestar atenção ao que têm a dizer os "mais velhos"...(isso, também, só se aprende com o tempo).

(2) A questão da “prova emprestada” é outra seara, que, oportunamente, trataremos aqui no blog.

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Prática Processual: Formatando a petição - I

Prática Processual: Formatando a petição - I
Marcadores: Digital, Processual

Sempre priorizamos questão importante na prática forense: elaborar petições para que sejam lidas e manuseadas rapidamente. O motivo é simples: facilitando o trabalho de quem, com base nelas, proferirá decisões, facilitamos nosso trabalho.

Pode parecer supérfluo, mas, não é: petições mal elaboradas, não só no quesito idioma ou na fundamentação, mas, na formatação, podem dificultar, e muito, a leitura. Não devemos esquecer de que a petição é feita, obviamente, para que alguém a leia e não para nós mesmos. O fato é que se a petição propiciar leitura confusa e for de difícil manuseio talvez não seja possível alcançar o resultado pretendido; daí, não adianta usar o conhecido jargão: “juiz não lê”.

Convenhamos, cansa sobremaneira a leitura de petição mal elaborada, com parágrafos desconexos e com inúmeros tipos de formatação: negrito, itálico, fontes diferentes, parágrafos desalinhados, tudo misturado. Petições assim são difíceis de ler.

Ler petições extensas ponto a ponto, vírgula por vírgula é tarefa árdua. Para eles, os juízes, deve ser mais prático mirar nas provas, fundamentando a decisão a partir do seu livre convencimento – como lhes garante o direito adjetivo. Houve omissão na sentença? Resta à parte que se sentir prejudicada formular embargos declaratórios.

Já vimos contestações com mais de 100 laudas, que, além de cansativas, são difíceis de manusear; imagine como deve ser extenuante a quem vai julgar, considerando as centenas (na verdade, milhares) de processos que tramitam anualmente no Poder Judiciário; de fato, perde-se enorme tempo com petições desse porte. Uma petição inicial com trinta, quarenta laudas – pertinente, claro, em casos específicos – causa verdadeiro transtorno para ser lida em audiência – lembrando que, no processo do trabalho, o juiz só toma conhecimento da petição inicial - e, também, da defesa - na própria audiência. Ler 50 laudas, ponto a ponto, em dez minutos? Humanamente impossível.

Note-se bem: em absoluto estamos cogitando de avaliar a questão de estilo. Cada profissional tem seu estilo, o que, evidentemente, é salutar, sob pena de sermos totalmente substituídos pelo computador. O fato é que a petição pode ter “estilo” sem precisar ser escrita em 150 laudas. Aliás, quanto a estilo já vimos de tudo: petições escritas em papel sulfite das mais variadas cores: rosa, verde, azul, amarela, etc. Dizem que é para "dar destaque". Enfim, é questão de preferência. Deveras, preferimos o tradicional sulfite branco, tamanho A4.

De qualquer forma, preocupa-nos amiúde padronizar a formatação das petições, para facilitar a leitura, e costumamos adotar os seguintes procedimentos:

Layout da página – margem esquerda bem espaçosa (4,0 cm), para que, depois de anexada aos autos do processo, seja facilmente manuseada. Na margem direita, usamos 2,0 cm; para cabeçalho e rodapé 2,0 cm para cada um.

Fonte da letra - durante muito tempo usamos Times New Roman, que, acreditamos, seja a mais utilizada nas petições; mas, apesar de realmente bonita, possui alguns inconvenientes: é de difícil leitura por ser pequena e com muitos detalhes, pelo que, aliás, exige muito da impressora; gasta uma barbaridade de tinta, seja a jato, seja a laser. Utilizamos Courier New, tamanho 12, porque, além de simples e fácil de ler (não apresenta traços desenhados como a Times), possui razoável espaço entre as letras e é muito econômica na impressão.

Parágrafos – sempre numerados porque facilita a citação – usamos seis linhas no máximo e três no mínimo (claro que isso não é amarra, há exceções). Sem exagerar na quantidade de parágrafos por página, utilizamos espaço padronizado entre eles. Não abusamos dos formatos; negrito para títulos e subtítulos, itálico para citações, e só. Temos diminuído a utilização de negrito porque cansa a leitura, mas, é essencial para chamar à atenção para algum tema específico. É interessante se usado com parcimônia.

Espaço entre linhas - para parágrafos normais, 1,5 cm; para citações de jurisprudência, espaço simples.

Utilizávamos os procedimentos acima há algum tempo, mas, outro dia, constatamos, de fato, a necessidade de otimizar a elaboração das petições, a partir de entrevista da Ministra do Supremo Tribunal Federal, Exma. Sra. Dra. Hellen Grace, concedida à OAB, comentando sobre a importância da formatação padronizada na petição, o que facilitaria sobremaneira o trabalho do juiz.

Dizia a Ministra, por exemplo, sobre a necessidade de se formatar a margem esquerda da petição, com 3,5 ou 4,0 cm, o que propiciaria melhor manuseio dos autos do processo. Realmente, se a margem esquerda possui, digamos, 2,0 cm, para um processo de 200, 300 laudas ou mais, torna-se muito difícil o manuseio.

No que se refere às margens superior, inferior e direita, a formatação adequada também pode facilitar não só a leitura, mas, também, a impressão, especialmente no que se refere ao rodapé, porque, ao menos, aqui, em São Paulo-SP, enviando petições via internet à Justiça do Trabalho, a própria Secretaria (cartório) imprime-as e o protocolo é lançado no rodapé; se a petição tiver rodapé com tamanho reduzido, o protocolo é “cortado”.

Para se ter ideia da importância da formatação da petição, basta ver o posicionamento do TRT da 2º Região, em São Paulo-SP, que, sobre o tema, editou o PROVIMENTO GP/CR Nº 13/2006:

“Art. 329. As petições e os documentos deverão ser apresentados seguindo as disposições a seguir, para maior presteza dos serviços, em benefício do próprio interessado:

I - Petições:

a) papel tamanho A4, sem a utilização do verso;

b) texto grafado, preferencialmente, com fonte “Courier new”, tamanho 12;

c) a disposição do texto deverá conservar margem esquerda de, no mínimo, 4 (quatro) centímetros, para possibilitar sua leitura na formação dos autos, e margem direita de 2 (dois) centímetros. Na primeira página do petitório, o espaço superior entre o endereçamento e o início do texto deverá ser de 10 (dez) centímetros, no mínimo, para possibilitar a chancela de protocolo e o despacho;

d) perfurados (dois furos - padrão).

II - Documentos:

a) numerados seqüencialmente no seu centro superior (exs.: Doc. 1 - fl. 1/1; Doc. 2 - fl. 1/2; Doc. 2 - fl. 2/2);

b) dispostos em ordem lógica e os semelhantes, em ordem cronológica;

c) quando com duas faces, afixados de modo a viabilizar a leitura de ambas;

d) quando instruírem o pedido, apresentados, por segurança, em cópias;

e) afixados em folha tamanho A4, quando necessário, que servirá como suporte para até 6 (seis) documentos, e sobrepostos de modo que permaneçam com, aproximadamente, uma terça parte visível. A quantidade de documentos anexados deverá ser indicada na parte central inferior da referida folha.

III - Petições iniciais e documentos que a acompanham (documentos tamanho A4 e folha suporte tamanho A4 de documentos):

a) numerados seqüencialmente a partir de fls. 3, no canto superior direito;

b) perfurados (dois furos - padrão).

IV - Petições de Agravo de Instrumento e de formação de Carta de Sentença e respectivas peças:

a) numeradas seqüencialmente a partir de fls. 2, no canto superior direito;

b) perfuradas (dois furos - padrão).”

Conforme mencionamos, esse tipo de cuidado facilita a vida de quem vai ler a petição. A Justiça do Trabalho – e não é de hoje – anda abarrotada de processos, de modo que se pudermos facilitar leitura de nossos pedidos, facilitaremos o trabalho de quem vai julgar, o que, para os interessados (nós mesmos), poderá trazer resultados positivos.

A atividade da advocacia é das mais estressantes. Quem advoga sabe que, muitas vezes, não sobra tempo para caprichar na elaboração das petições; são inúmeros prazos a cumprir, clientes a atender, resolução de problemas jurídicos, rotinas administrativas, enfim, sobram responsabilidades. Por isso, temos dito, no blog, sobre a importância de se aperfeiçoar rotinas do escritório por meio da informática. E a padronização do formato das petições faz parte dessa otimização. A idéia é gravar todas as formatações supramencionadas e salvar o modelo, seja no Word, seja no BRoffice.

Não precisaria dizer, mas, não custa: não adianta, claro, deixar a petição com formatação bonita, alinhada e tudo o mais, se não estiver bem fundamentada. 99% da petição é fundamentação. Contudo, quem julga - ainda - é o ser humano, portanto, "o 1%" pode fazer a diferença. Verifiquem, a propósito, o artigo Formatando a Petição - II. Fundamentação.

domingo, 22 de novembro de 2009

Um pouquinho dos ciganos



Os ciganos adoram dançar. A dança nasce com eles no momento em que abrem os olhos para enfrentar a dura vida de cigano. Desde criança os ciganos ouvem e dançam as seguidillas, a rumba, as alegrias e o flamenco - ritmos e sons tradicionais - produzidos pelas guitarras, violinos, violões, acordeões, címbalos, castanholas, pandeiros, palmas das mãos e batidas dos pés, que aprendem desde cedo com parentes e amigos nas festas da kumpania (acampamento).

Não existem ciganos profissionalizados através da dança cigana e sim aqueles que fazem apresentações apenas para divulgar esse lado tão belo e cheio de magia dessa tradição que a todos fascina.
A dança cigana não é portanto, encarada como um ofício pelos ciganos. Montagens de balé e de óperas (como Carmen, de Bizet) são representadas por profissionais de balé não-ciganos (gadjes). Ciganos não freqüentam academias nem aulas de dança, pois quando dançam, o fazem com a alma, o coração e os movimentos naturais do corpo, sem nenhuma coreografia pré-concebida.

Como diz Niffer Cortez (uma das poucas dançarinas ciganas) Marcar uma coreografia, para o cigano, é prendê-lo; é não dar liberdade para os seus

O Povo Cigano é guardião da LIBERDADE. Seu grande lema é: "O Céu é meu teto; a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião", traduzindo um espírito essencialmente nômade e livre dos condicionamentos das pessoas normais geralmente cerceadas pelos sistemas aos quais estão subjugadas. A vida é uma grande estrada, a alma é uma pequena carroça e a Divindade é o Carroceiro.

Em sua maioria, os ciganos são artistas (de muitas artes, inclusive a circense); e exímios ferreiros, fabricando seus próprios utensílios domésticos, suas jóias e suas selas. Rotulados injustamente como ladrões, feiticeiros e vagabundos, os ciganos tornaram-se um espelho onde os homens das grandes cidades e de pequenos corações expiaram suas raivas, frustrações e sonhos de liberdade destruídos. Pacientemente, este povo diferenciado, continuou sua marcha e até hoje seus estigmas não sararam.

Na verdade cigano que se preza, antes de ler a mão, lê os olhos das pessoas (os espelhos da alma) e tocam seus pulsos (para sentirem o nível de vibração energética) e só então é que interpretam as linhas das mãos. A prática da Quiromancia para o Povo Cigano não é um mero sistema de adivinhação, mas, acima de tudo um inteligente esquema de orientação sobre o corpo, a mente e o espírito; sobre a saúde e o destino.

A família é a base da organização social dos ciganos, não havendo hierarquia rígida no interior dos grupos. O comando normalmente é exercido pelo homem mais capaz, uma vez que os ciganos respeitam acima de tudo a inteligência. Este homem é o Kaku e representa a tribo na Krisromani, uma espécie de tribunal cigano formado pelos membros mais respeitados de cada comunidade, com a função de punir quem transgride, a rígida ética cigana. A figura feminina tem sua importância e é comum haver lideranças femininas como as phury-day (matriarca) e as bibi (tias-conselheiras), lembrando que nenhum cigano deixa de consultar as avós, mães e tias para resolver problemas importantes por meio da leitura da sorte.

Esse povo canta e dança tanto na alegria como na tristeza pois para o cigano a vida é uma festa e a natureza que o rodeia a mais bela e generosa anfitriã. Onde quer que estejam, os ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos, e, principalmente por seus hábitos ruidosos. São um povo cheio de energia e grande dose de passionalidade. São tão peculiares dentro do seu próprio código de ética; honra e justiça; senso, sentido e sentimento de liberdade que contagiam e incomodam qualquer sistema.


Os ciganos chegados em Andaluzia no séc. XV vieram do norte da Índia, da região do Sind (atual Paquistão), fugindo das guerras e dos invasores estrangeiros (inclusive de Tamerian, descendente de Gengis Khan) eles encontraram facilidades e estabeleceram-se. Mesmo assim, durante a inquisição católica, vários deles foram expulsos pelos tribunais do Santo Ofício. . As tribos do Sind se mudaram para o Egito e depois para a Checoslováquia, Rússia, Hungria e Polônia, Balcãs e Itália, França e Espanha. Seus nomes se latinizaram (de Sindel para Miguel; de András para André; de Pamuel para Manuel, etc.). O primeiro documento data a entrada dos ciganos na Espanha em 1447. Esse grupo se chamava a si mesmo de "ruma calk" (que significa homem dos tempos) e falavam o Caló (um dialeto indiano oriundo da região do Maharata). Eles trouxeram a música, a dança, as palmas, as batidas dos pés e o ritmo quente do "flamenco", tanto que essa palavra vem do árabe "felco" (camponês) e "mengu" (fugitivo) e passou a ser sinônimo de "cigano andaluz" à partir do séc. XVIII.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Introdução Geral – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet

INTRODUÇÃO GERAL

Art. I. NATUREZA DA FILOSOFIA -

1. O desejo de saber, fonte das ciências.

Todo homem, diz Aristóteles, está naturalmente desejoso de saber, isto é, o desejo de saber é inato; esse desejo já se manifesta na criança pelos "porquês" e os "como" que ela não cessa de formular; é ele o princípio das ciências, cujo fim primeiro não será fornecer ao homem os meios de agir sobre a natureza, mas, antes, satisfazer sua natural curiosidade.

Se o desejo de saber é assim essencial ao homem, deve ser universal no tempo e no espaço. Ε é isto exatamente o que nos ensina a história. Não há povo, por mais atrasado, em que se não manifeste este poder natural do espírito, que é, por sua vez, tão antigo quanto a humanidade.

2. As diversas formas do saber:

a) O conhecimento empírico. A necessidade de saber gera a princípio os conhecimentos empíricos, que são frutos do ato espontâneo do espírito, mas permanecem conhecimentos imperfeitos, pois falta-lhes por vezes a objetividade, e se formam ao acaso, por generalização prematura, sem ordem nem método. Tais são, por exemplo, as receitas meteorológicas do camponês, os provérbios e máximas que resumem as observações correntes sobre o homem e suas paixões etc. Estes conhecimentos, empíricos não são para desprezar. Ao contrário, constituem o primeiro degrau da ciência, que só faz aperfeiçoar os processos que o empirismo emprega para adquirir seus conhecimentos.



b) O conhecimento científico visa a substituir o empirismo por conhecimentos certos, gerais e metódicos,isto é, verdades válidas para todos os casos, em todos os tempos e lugares e ligadas entre si por causas e princípios.

Assim é a ciência em geral. Sob este aspecto, como veremos, a Filosofia o uma ciência, e mesmo a mais alta das ciências huma-nas. O uso corrente corrente tende, porém, a restringir a aplicação do nome "ciência" às ciências da natureza, ou mais precisamente às ciências que conseguem formular leis necessárias e absolutas, fundadas no determinismo dos fenômenos da natureza. Tais são a Física, a Química, a Mecânica celeste etc.

c) O conhecimento filosófico, enfim, é a mais alta expressão da necessidade de saber. É uma ciência, enquanto quer conhecer as coisas por suas causas. Mas, ao passo que todas as outras ciên-cias se restringem a descobrir as causas mais imediatas, a Filosofia tem por fim descobrir as causas mais universais, isto é, as causas primeiras de todas as coisas.

Art. II. OBJETO DA FILOSOFIA

1. O conceito antigo de Filosofia. — A palavra filósofo significa "amigo da ciência e da sabedoria", e é atribuída a Pitágoras. Entre ps antigos gregos, a Filosofia era a ciência universal; abarcava quase todo esse conjunto de conhecimentos que agrupamos sob os nomes de ciência, de arte e de Filosofia. Esta concepção perdurou sensivelmente até a Idade Média, a partir de que as artes, e [ogo as ciências da natureza, se destacaram pouco a pouco da Fi-losofia e conquistaram sua autonomia. Esta separação é hoje um fato consumado, e existe o maior interesse em distinguir claramente estes dois gêneros de conhecimentos que chamamos científicos e filosóficos.

2. Filosofia e Ciência. — A Ciência e a Filosofia não têm O mesmo objeto formal. Sem dúvida, de um ponto-de-vista material, Ciência e Filosofia se aplicam ao mesmo objeto: o mundo e o homem (objeto material). Mas cada disciplina estuda este objeto comum sob um aspecto que lhe é próprio (objeto formal). A Ciência se aquartela na determinação das leis dos fenômenos. A Filosofia quer conhecer a natureza profunda das coisas, suas causas supremas e seus fins verdadeiros: visa, propriamente, em todas; as suas partes, ao conhecimento do que ultrapassa a experiência sensível (ou os fenômenos), e do que só é acessível à razão. Se, então, a Filosofia ó verdadeiramente uma ciência universal, o é enquanto tende a conhecer, não tudo, como pensavam os antigos gregos, mas os primeiros princípios de tudo.

Vê-se, por conseguinte, que uma explicação científica não é uma explicação filosófica; nem uma explicação filosófica, uma explicação científica. Os problemas da ciência não são os mesmos da Filosofia: o encadeamento dos fenômenos, como a ciência os visa a descobrir, deixa intata a questão da natureza profunda das coisas, de seu valor e seu fim, e o conhecimento das essências, dos valores e dos fins não saberia dar a ciência das ligações fenomenais.

V ART. III. MÉTODO DA FILOSOFIA

3 1. O método depende do objeto formal. — Chamamos "método" o conjunto de processos a empregar para chegar ao conhecimento ou à demonstração da verdade. O método de uma ciência depende do objeto mesmo desta ciência. Não se emprega, no estudo dos seres vivos, os mesmos processos que no estudo dos seres inorgânicos, e a química procede diversamente da física. Desta forma, é da definição e do objeto da filosofia que nós devemos deduzir o método que lhe convém.

2. O método filosófico é a um tempo experimental e racional. — Nós definimos a Filosofia como a ciência das coisas por suas causas supremas. Daí se segue que:

a) A filosofia parte da experiência. Se a Filosofia é de início "ciência das coisas", a saber, do homem, do mundo e de Deus, devemos começar por conhecer as coisas que queremos explicar; isto é, nosso ponto de partida será normalmente tomado na experiência. É de fato pelas propriedades das coisas que nós podemos conhecer sua natureza e, estas propriedades, é a experiência — vulgar ou científica — que nos faz descobri-las. É também pelos efeitos }do poder divino que podemos elevar-nos até à Causa primeira do Universo, seja para afirmar a sua existência necessária, seja para determinar-lhe a natureza e os atributos, e estes efeitos são ainda um objeto de experiência. Assim, o método filosófico será primeiramente experimental, no sentido de que o ponto de partida da Filosofia é tomado na experiência.

b) A Filosofia visa, pela razão, ao que está além da experiência, Mas como a Filosofia é, por seus fins, essencialmente metafísica, isto é, quer ir além da experiência sensível e chegar até às causas primeiras, deverá fazer apelo à razão, porque, estas causas primeiras, o homem não as vê e não as toca com os seus sentidos, e não as pode então atingir a não ser por uma faculdade superior aos sentidos. Eis por que o método filosófico é também um método racional.

3. A Filosofia usa apenas a razão natural. — De outro Indo, se a Filosofia se serve da razão, é unicamente da razão natural. Nisto ela se distingue absolutamente da Teologia, que se apóia, como sobre seus primeiros princípios, nas verdades reveladas, enquanto a, Filosofia apela unicamente às luzes da razão. Seu critério de verdade não é, como em Teologia, a autoridade de Deus revelador, mas a evidência de seu objeto.

Art. IV. DIVISÃO DA FILOSOFIA

1. Princípio da divisão. — Podemos colocar-nos em variados pontos-de-vista para distinguir as diferentes partes da Filosofia. Uma divisão hoje corrente consiste em distinguir quatro partes: Lógica, Psicologia, Moral e Metafísica. Mas esta ordem é contestável, antes de mais nada, porque deixa supor que a Moral poderia constituir-se integralmente sem a Metafísica: veremos a seno que isto não procede — depois, porque a Cosmologia, estudo do mundo material como tal, ou parece não se integrar na Filosofia, mas pertencer unicamente às ciências da natureza, o que é um erro, ou se insere ora, na Lógica material, ora na Metafísica, o que não é, em um, nem em outro caso, o seu lugar normal.

Dividiremos mais logicamente a Filosofia partindo do princípio de que as coisas podem ser consideradas quer em si mesmas quer em ralação a nós, Do primeiro ponto-de-vista, trata-se simplesmente de conhece las por seus princípios supremos c por suas eminna primeiras: e o objeto da filosofia especulativa. — Do segundo ponlo-de-vista, trata-se de saber como devemos usar as coisas para nosso bem absoluto: é o objeto da filosofia prática. — Estas partes essenciais da Filosofia serão, por outro lado, naturalmente precedidas do estudo da lógica, que é como que o instrumento universal do saber, enquanto define os meios de chegar ao verdadeiro.

Os diferentes tratados da Filosofia. — As subdivisões das três partes da Filosofia resultarão das seguintes considerações:

a) Problemas da Lógica. A Lógica pode comportar dois pontos de vista: ou visa a determinar as condições universais de um pensamento coerente consigo mesmo: (Lógica formal ou menor), ou se aplica a definir os processos ou os métodos exigidos, em ( cada disciplina particular, pelos diferentes objetos do saber (Lógica material ou Metodologia).

b) Problemas da Filosofia especulativa. A Filosofia especulativa, tendo por fim o conhecimento puro, visa a conhecer o mundo da natureza em si mesmo (Filosofia da natureza), — assim como a causa primeira do mundo, que é Deus (Teodicéia).

A filosofia da natureza se dividirá por sua vez em duas partes, conforme se refira ao, mundo material como tal (Cosmologia) ou ao homem (Psicologia) .

O estudo de Deus (existência e natureza de Deus), que compõe a Teodicéia, não pode ser abordado diretamente, pois Deus não nos é conhecido senão como autor do ser universal. Também deverá ela ser precedida logicamente de um tratado consagrado ao conhecimento do ser em geral; este é o objeto da Ontologia.

A Ontologia, por seu turno, requer o estudo preliminar do valor da nossa faculdade de conhecer. Esta, de fato, vai daqui em diante aplicar-se a realidades que hão são de qualquer maneira objetos da apreensão sensível. Importa então saber-se, e em que medida, suas pretensões de chegar até aos primeiros princípios das coisas são justificadas. Este é o objeto da Crítica do cónhecimento,

Crítica do conhecimento, Ontologia (ou Metafísica geral) e Teodicéia constituem, em conjunto, a Metafísica.

c) Problemas da filosofia prática. A Filosofia prática, já o dissemos, lem por fim definir o bem do homem. Por isto é pos-sível colocar se num duplo ponto-de-vista: do ponto-de-vista do fazer, isto é, da obra a produzir (arte em geral e artes do belo em particular), objeto da Filosofia da arte, — ou do ponto-de-vista do agir, isto é, da ação a realizar, o que constitui o objeto da Moral

O quadro seguinte resume esta divisão da filosofia:

PARTES DA FILOSOFIA





TRATADOS OBJETOS

I.

Lógica





Lógica formal

ou menor .. . .As leis do raciocínio correto 1 Lógica material [ ou maior ... .Qs métodos particulares




Filosofia da


(Cosmologia ....O mundo material como tal

II.

Filosofia especulativa


natureza Metafísica


Psicologia .....O homem

Crítica do conhecimento.. Valor da razão

Ontologia.....O ser em geral

Teodicéia.....Existência e natureza de Deus-

III.

Filosofia prática


Filosofia da Moral .___

Conceitos de Ética, Moral, Virtude, Vício, Prazer, Dor, Conhecimento e Alma

Apresentamos abaixo, a partir de pesquisa em dicionário filosófico, o significado dos termos: Ética, Moral, Virtude, Vício, Prazer, Dor, Conhecimento e Alma. Não esqueça de citar a fonte.

1. Ética

Parte da Filosofia prática que tem por objetivo elaborar uma reflexão sobre os problemas fundamentais da moral. A Ética é fundamentada num conjunto das regras de conduta consideradas como universalmente válidas.

2. Moral

Finalidade e sentido da vida humana, os fundamentos da obrigação e do dever, natureza do bem e do mal, o valor da consciência moral.

3. Virtude

Em um sentido ético, a virtude é uma qualidade positiva do indivíduo que faz com que este aja de forma a fazer o bem para si e para os outros. Platão considerava a virtude como inata, como uma qualidade que o indivíduo traz consigo e que, portanto, não pode ser ensinada.

4. Vício

Em um sentido moral, o vício se opõe à virtude, e corresponde a uma falha ou falta moral habitual que leva o indivíduo a cometer delitos, a infringir princípios morais.

5. Prazer

Uma das dimensões básicas da vida afetiva, o prazer opõe-se à dor e ao sofrimento, caracterizando-se pela consciência a satisfação de uma tendência ou desejo. Podem-se distinguir os prazeres físicos, derivados dos sentimentos, dos prazeres intelectuais, em que o elemento intelectual, como na apreciação de uma obra de arte, se sobrepõe ao sensorial.

6. Dor

Sensação de sofrimento, decorrente de lesão e percebida por formações nervosas especializadas. Mágoa, pesar.

7. Conhecimento

Procurar, saber, conhecer. Função ou ato da vida psíquica que tem por efeito tornar um objeto presente aos sentidos e à inteligência. Apropriação intelectual de determinado campo empírico ou ideal de dados, tendo em vista dominá-lo e utilizá-los.

8. Alma

Princípio de vida. Conjunto de faculdades psíquicas, intelectuais e morais dum indivíduo.

Bibliografia

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996).

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sócrates

A Vida

Quem valorizou a descoberta do homem feita pelos sofistas, orientando-a para os valores universais, segundo a via real do pensamento grego, foi Sócrates. Nasceu Sócrates em 470 ou 469 a.C., em Atenas, filho de Sofrônico, escultor, e de Fenáreta, parteira. Aprendeu a arte paterna, mas dedicou-se inteiramente à meditação e ao ensino filosófico, sem recompensa alguma, não obstante sua pobreza. Desempenhou alguns cargos políticos e foi sempre modelo irrepreensível de bom cidadão. Combateu a Potidéia, onde salvou a vida de Alcebíades e em Delium, onde carregou aos ombros a Xenofonte, gravemente ferido. Formou a sua instrução sobretudo através da reflexão pessoal, na moldura da alta cultura ateniense da época, em contato com o que de mais ilustre houve na cidade de Péricles.

Inteiramente absorvido pela sua vocação, não se deixou distrair pelas preocupações domésticas nem pelos interesses políticos. Quanto à família, podemos dizer que Sócrates não teve, por certo, uma mulher ideal na quérula Xantipa; mas também ela não teve um marido ideal no filósofo, ocupado com outros cuidados que não os domésticos.

Quanto à política, foi ele valoroso soldado e rígido magistrado. Mas, em geral, conservou-se afastado da vida pública e da política contemporânea, que contrastavam com o seu temperamento crítico e com o seu reto juízo. Julgava que devia servir a pátria conforme suas atitudes, vivendo justamente e formando cidadãos sábios, honestos, temperados - diversamente dos sofistas, que agiam para o próprio proveito e formavam grandes egoístas, capazes unicamente de se acometerem uns contra os outros e escravizar o próximo.

Entretanto, a liberdade de seus discursos, a feição austera de seu caráter, a sua atitude crítica, irônica e a conseqüente educação por ele ministrada, criaram descontentamento geral, hostilidade popular, inimizades pessoais, apesar de sua probidade. Diante da tirania popular, bem como de certos elementos racionários, aparecia Sócrates como chefe de uma aristocracia intelectual. Esse estado de ânimo hostil a Sócrates concretizou-se, tomou forma jurídica, na acusação movida contra ele por Mileto, Anito e Licon: de corromper a mocidade e negar os deuses da pátria introduzindo outros. Sócrates desdenhou defender-se diante dos juizes e da justiça humana, humilhando-se e desculpando-se mais ou menos. Tinha ele diante dos olhos da alma não uma solução empírica para a vida terrena, e sim o juízo eterno da razão, para a imortalidade. E preferiu a morte. Declarado culpado por uma pequena minoria, assentou-se com indômita fortaleza de ânimo diante do tribunal, que o condenou à pena capital com o voto da maioria.

Tendo que esperar mais de um mês a morte no cárcere - pois uma lei vedava as execuções capitais durante a viagem votiva de um navio a Delos - o discípulo Criton preparou e propôs a fuga ao Mestre. Sócrates, porém, recusou, declarando não querer absolutamente desobedecer às leis da pátria. E passou o tempo preparando-se para o passo extremo em palestras espirituais com os amigos. Especialmente famoso é o diálogo sobre a imortalidade da alma - que se teria realizado pouco antes da morte e foi descrito por Platão no Fédon com arte incomparável. Suas últimas palavras dirigidas aos discípulos, depois de ter sorvido tranqüilamente a cicuta, foram: "Devemos um galo a Esculápio". É que o deus da medicina tinha-o livrado do mal da vida com o dom da morte. Morreu Sócrates em 399 a.C. com 71 anos de idade.
Método de Sócrates

É a parte polêmica. Insistindo no perpétuo fluxo das coisas e na variabilidade extrema das impressões sensitivas determinadas pelos indivíduos que de contínuo se transformam, concluíram os sofistas pela impossibilidade absoluta e objetiva do saber. Sócrates restabelece-lhe a possibilidade, determinando o verdadeiro objeto da ciência.

O objeto da ciência não é o sensível, o particular, o indivíduo que passa; é o inteligível, oconceitoque se exprime pela definição. Este conceito ou idéia geral obtém-se por um processo dialético por ele chamado indução e que consiste em comparar vários indivíduos da mesma espécie, eliminar-lhes as diferenças individuais, as qualidades mutáveis e reter-lhes o elemento comum, estável, permanente, a natureza, a essência da coisa. Por onde se vê que a indução socrática não tem o caráter demonstrativo do moderno processo lógico, que vai do fenômeno à lei, mas é um meio de generalização, que remonta do indivíduo à noção universal.

Praticamente, na exposição polêmica e didática destas idéias, Sócrates adotava sempre o diálogo, que revestia uma dúplice forma, conforme se tratava de um adversário a confutar ou de um discípulo a instruir. No primeiro caso, assumia humildemente a atitude de quem aprende e ia multiplicando as perguntas até colher o adversário presunçoso em evidente contradição e constrangê-lo à confissão humilhante de sua ignorância. É a ironiasocrática. No segundo caso, tratando-se de um discípulo (e era muitas vezes o próprio adversário vencido), multiplicava ainda as perguntas, dirigindo-as agora ao fim de obter, por indução dos casos particulares e concretos, um conceito, uma definição geral do objeto em questão. A este processo pedagógico, em memória da profissão materna, denominava ele maiêutica ou engenhosa obstetrícia do espírito, que facilitava a parturição das idéias.
Doutrinas Filosóficas

A introspecção é o característico da filosofia de Sócrates. E exprime-se no famoso lema conhece-te a ti mesmo - isto é, torna-te consciente de tua ignorância - como sendo o ápice da sabedoria, que é o desejo da ciência mediante a virtude. E alcançava em Sócrates intensidade e profundidade tais, que se concretizava, se personificava na voz interior divina do gênio ou demônio.

Como é sabido, Sócrates não deixou nada escrito. As notícias que temos de sua vida e de seu pensamento, devemo-las especialmente aos seus dois discípulos Xenofonte e Platão, de feição intelectual muito diferente. Xenofonte, autor de Anábase, em seus Ditos Memoráveis, legou-nos de preferência o aspecto prático e moral da doutrina do mestre. Xenofonte, de estilo simples e harmonioso, mas sem profundidade, não obstante a sua devoção para com o mestre e a exatidão das notícias, não entendeu o pensamento filosófico de Sócrates, sendo mais um homem de ação do que um pensador. Platão, pelo contrário, foi filósofo grande demais para nos dar o preciso retrato histórico de Sócrates; nem sempre é fácil discernir o fundo socrático das especulações acrescentadas por ele. Seja como for, cabe-lhe a glória e o privilégio de ter sido o grande historiador do pensamento de Sócrates, bem como o seu biógrafo genial. Com efeito, pode-se dizer que Sócrates é o protagonista de todas as obras platônicas embora Platão conhecesse Sócrates já com mais de sessenta anos de idade.

"Conhece-te a ti mesmo" - o lema em que Sócrates cifra toda a sua vida de sábio. O perfeito conhecimento do homem é o objetivo de todas as suas especulações e a moral, o centro para o qual convergem todas as partes da filosofia. A psicologia serve-lhe de preâmbulo, a teodicéia de estímulo à virtude e de natural complemento da ética.

Em psicologia, Sócrates professa a espiritualidade e imortalidade da alma, distingue as duas ordens de conhecimento, sensitivo e intelectual, mas não define o livre arbítrio, identificando a vontade com a inteligência.

Em teodicéia, estabelece a existência de Deus: a) com o argumento teológico, formulando claramente o princípio: tudo o que é adaptado a um fim é efeito de uma inteligência; b) com o argumento, apenas esboçado, da causa eficiente: se o homem é inteligente, também inteligente deve ser a causa que o produziu; c) com o argumento moral: a lei natural supõe um ser superior ao homem, um legislador, que a promulgou e sancionou. Deus não só existe, mas é também Providência, governa o mundo com sabedoria e o homem pode propiciá-lo com sacrifícios e orações. Apesar destas doutrinas elevadas, Sócrates aceita em muitos pontos os preconceitos da mitologia corrente que ele aspira reformar.

Moral. É a parte culminante da sua filosofia. Sócrates ensina a bem pensar para bem viver. O meio único de alcançar a felicidade ou semelhança com Deus, fim supremo do homem, é a prática da virtude. A virtude adquiri-se com a sabedoria ou, antes, com ela se identifica. Esta doutrina, uma das mais características da moral socrática, é conseqüência natural do erro psicológico de não distinguir a vontade da inteligência. Conclusão: grandeza moral e penetração especulativa, virtude e ciência, ignorância e vício são sinônimos. "Se músico é o que sabe música, pedreiro o que sabe edificar, justo será o que sabe a justiça".

Sócrates reconhece também, acima das leis mutáveis e escritas, a existência de uma lei natural - independente do arbítrio humano, universal, fonte primordial de todo direito positivo, expressão da vontade divina promulgada pela voz interna da consciência.

Sublime nos lineamentos gerais de sua ética, Sócrates, em prática, sugere quase sempre a utilidade como motivo e estímulo da virtude. Esta feição utilitarista empana-lhe a beleza moral do sistema.
Gnosiologia

O interesse filosófico de Sócrates volta-se para o mundo humano, espiritual, com finalidades práticas, morais. Como os sofistas, ele é cético a respeito da cosmologia e, em geral, a respeito da metafísica; trata-se, porém, de um ceticismo de fato, não de direito, dada a sua revalidação da ciência. A única ciência possível e útil é a ciência da prática, mas dirigida para os valores universais, não particulares. Vale dizer que o agir humano - bem como o conhecer humano - se baseia em normas objetivas e transcendentes à experiência. O fim da filosofia é a moral; no entanto, para realizar o próprio fim, é mister conhecê-lo; para construir uma ética é necessário uma teoria; no dizer de Sócrates, a gnosiologia deve preceder logicamente a moral. Mas, se o fim da filosofia é prático, o prático depende, por sua vez, totalmente, do teorético, no sentido de que o homem tanto opera quanto conhece: virtuoso é o sábio, malvado, o ignorante. O moralismo socrático é equilibrado pelo mais radical intelectualismo, racionalismo, que está contra todo voluntarismo, sentimentalismo, pragmatismo, ativismo.

A filosofia socrática, portanto, limita-se à gnosiologia e à ética, sem metafísica. A gnosiologia de Sócrates, que se concretizava no seu ensinamento dialógico, donde é preciso extraí-la, pode-se esquematicamente resumir nestes pontos fundamentais: ironia, maiêutica, introspecção, ignorância, indução, definição. Antes de tudo, cumpre desembaraçar o espírito dos conhecimentos errados, dos preconceitos, opiniões; este é o momento da ironia, isto é, da crítica. Sócrates, de par com os sofistas, ainda que com finalidade diversa, reivindica a independência da autoridade e da tradição, a favor da reflexão livre e da convicção racional. A seguir será possível realizar o conhecimento verdadeiro, a ciência, mediante a razão. Isto quer dizer que a instrução não deve consistir na imposição extrínseca de uma doutrina ao discente, mas o mestre deve tirá-la da mente do discípulo, pela razão imanente e constitutiva do espírito humano, a qual é um valor universal. É a famosa maiêutica de Sócrates, que declara auxiliar os partos do espírito, como sua mãe auxiliava os partos do corpo.

Esta interioridade do saber, esta intimidade da ciência - que não é absolutamente subjetivista, mas é a certeza objetiva da própria razão - patenteiam-se no famoso dito socrático"conhece-te a ti mesmo" que, no pensamento de Sócrates, significa precisamente consciência racional de si mesmo, para organizar racionalmente a própria vida. Entretanto, consciência de si mesmo quer dizer, antes de tudo, consciência da própria ignorância inicial e, portanto, necessidade de superá-la pela aquisição da ciência. Esta ignorância não é, por conseguinte, ceticismo sistemático, mas apenas metódico, um poderoso impulso para o saber, embora o pensamento socrático fique, de fato, no agnosticismo filosófico por falta de uma metafísica, pois, Sócrates achou apenas a forma conceptual da ciência, não o seu conteúdo.

O procedimento lógico para realizar o conhecimento verdadeiro, científico, conceptual é, antes de tudo, a indução: isto é, remontar do particular ao universal, da opinião à ciência, da experiência ao conceito. Este conceito é, depois, determinado precisamente mediante a definição, representando o ideal e a conclusão do processo gnosiológico socrático, e nos dá a essência da realidade.
A Moral

Como Sócrates é o fundador da ciência em geral, mediante a doutrina do conceito, assim é o fundador, em particular da ciência moral, mediante a doutrina de que eticidade significa racionalidade, ação racional. Virtude é inteligência, razão, ciência, não sentimento, rotina, costume, tradição, lei positiva, opinião comum. Tudo isto tem que ser criticado, superado, subindo até à razão, não descendo até à animalidade - como ensinavam os sofistas. É sabido que Sócrates levava a importância da razão para a ação moral até àquele intelectualismo que, identificando conhecimento e virtude - bem como ignorância e vício - tornava impossível o livre arbítrio. Entretanto, como a gnosiologia socrática carece de uma especificação lógica, precisa - afora a teoria geral de que a ciência está nos conceitos - assim a ética socrática carece de um conteúdo racional, pela ausência de uma metafísica. Se o fim do homem for o bem - realizando-se o bem mediante a virtude, e a virtude mediante o conhecimento - Sócrates não sabe, nem pode precisar este bem, esta felicidade, precisamente porque lhe falta uma metafísica. Traçou, todavia, o itinerário, que será percorrido por Platão e acabado, enfim, por Aristóteles. Estes dois filósofos, partindo dos pressupostos socráticos, desenvolverão uma gnosiologia acabada, uma grande metafísica e, logo, uma moral.
Escolas Socráticas Menores

A reforma socrática atingiu os alicerces da filosofia. A doutrina do conceito determina para sempre o verdadeiro objeto da ciência: a indução dialética reforma o método filosófico; a ética une pela primeira vez e com laços indissolúveis a ciência dos costumes à filosofia especulativa. Não é, pois, de admirar que um homem, já aureolado pela austera grandeza moral de sua vida, tenha, pela novidade de suas idéias, exercido sobre os contemporâneos tamanha influência. Entre os seus numerosos discípulos, além de simples amadores, como Alcibíades e Eurípedes, além dos vulgarizadores da sua moral (socratici viri), como Xenofonte, havia verdadeiros filósofos que se formaram com os seus ensinamentos. Dentre estes, alguns, saídos das escolas anteriores não lograram assimilar toda a doutrina do mestre; desenvolveram exageradamente algumas de suas partes com detrimento do conjunto.

Sócrates não elaborou um sistema filosófico acabado, nem deixou algo de escrito; no entanto, descobriu o método e fundou uma grande escola. Por isso, dele depende, direta ou indiretamente, toda a especulação grega que se seguiu, a qual, mediante o pensamento socrático, valoriza o pensamento dos pré-socráticos desenvolvendo-o em sistemas vários e originais. Isto aparece imediatamente nas escolas socráticas. Estas - mesmo diferenciando-se bastante entre si - concordam todas pelo menos na característica doutrina socrática de que o maior bem do homem é a sabedoria. A escola socrática maior é a platônica; representa o desenvolvimento lógico do elemento central do pensamento socrático - o conceito - juntamente com o elemento vital do pensamento precedente, e culmina em Aristóteles, o vértice e a conclusão da grande metafísica grega. Fora desta escola começa a decadência e desenvolver-se-ão as escolas socráticas menores.

São fundadores das escolas socráticas menores, das quais as mais conhecidas são:

1. A escola de Megara, fundada por Euclides (449-369), que tentou uma conciliação da nova ética com a metafísica dos eleatas e abusou dos processos dialéticos de Zenão.

2. A escola cínica, fundada por Antístenes (n. c. 445), que, exagerando a doutrina socrática do desapego das coisas exteriores, degenerou, por último, em verdadeiro desprezo das conveniências sociais. São bem conhecidas as excentricidades de Diógenes.

3. A escola cirenaica ou hedonista, fundada por Aristipo, (n. c. 425) que desenvolveu o utilitarismo do mestre em hedonismo ou moral do prazer. Estas escolas, que, durante o segundo período, dominado pelas altas especulações de Platão e Aristóteles , verdadeiros continuadores da tradição socrática, vegetaram na penumbra, mais tarde recresceram transformadas ou degeneradas em outras seitas filosóficas. Dentre os herdeiros de Sócrates, porém, o herdeiro genuíno de suas idéias, o seu mais ilustre continuador foi o sublime Platão.

© Texto elaborado por Rosana Madjarof
OBRAS UTILIZADAS

DURANT, Will, História da Filosofia - A Vida e as Idéias dos Grandes Filósofos, São Paulo, Editora Nacional, 1.ª edição, 1926.

FRANCA S. J., Padre Leonel, Noções de História da Filosofia.

PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís, História da Filosofia, Edições Melhoramentos, São Paulo, 10.ª edição, 1974.

VERGEZ, André e HUISMAN, Denis, História da Filosofia Ilustrada pelos Textos, Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 4.ª edição, 1980.

Coleção Os Pensadores, Os Pré-socráticos, Abril Cultural, São Paulo, 1.ª edição, vol.I, agosto 1973.

Os Sofistas

Período Sistemático

O segundo período da história do pensamento grego é o chamado período sistemático. Com efeito, nesse período realiza-se a sua grande e lógica sistematização, culminando em Aristóteles, através de Sócrates e Platão , que fixam o conceito de ciência e de inteligível, e através também da precedente crise cética da sofística. O interesse dos filósofos gira, de preferência, não em torno da natureza, mas em torno do homem e do espírito; da metafísica passa-se à gnosiologia e à moral. Daí ser dado a esse segundo período do pensamento grego também o nome de antropológico, pela importância e o lugar central destinado ao homem e ao espírito no sistema do mundo, até então limitado à natureza exterior.

Esse período esplêndido do pensamento grego - depois do qual começa a decadência - teve duração bastante curta. Abraça, substancialmente, o século IV a.C., e compreende um número relativamente pequeno de grandes pensadores: os sofistas e Sócrates, daí derivando as chamadas escolhas socráticas menores, sendo principais a cínica e a cirenaica, precursoras, respectivamente, do estoicismo e do epicurismo do período seguinte; Platão e Aristóteles, deles procedendo a Academia e o Liceu, que sobreviverão também no período seguinte e além ainda, especialmente a Academia por motivos éticos e religiosos, e em seus desenvolvimentos neoplatônicos em especial - apesar de o aristotelismo ter superado logicamente o platonismo.

É certo, não obstante, que as obras completas de Demócrito (que incluem as obras de Leucipo e outros, bem como as de Demócrito) continuaram a existir, porquanto a escola as conservou em Abdera e Teos ao longo dos tempos helenísticos. Por isso, foi possível para Trasilo, sob o reinado de Tibério, fazer uma edição das obras de Demócrito, organizada em tetralogias, exatamente como sua edição dos diálogos de Platão. Mesmo isso não foi suficiente para preservá-las. Os epicuristas, que tinham a obrigação de ter estudado o homem a quem deviam tanto, detestavam qualquer tipo de estudo, e provavelmente nem se preocuparam em multiplicar os exemplares de um escritor cujas obras teriam sido um testemunho permanente para a carência de originalidade que caracterizou o próprio sistema deles.

Sabemos extremamente pouco sobre a vida de Demócrito. Como Protágoras, era natural de Abdera na Trácia, uma cidade que nem mereceria a reputação proverbial de embotamento, considerando que pode dar origem a dois homens de tanta envergadura. Quanto à data do seu nascimento, temos apenas conjeturas para nos orientar. Em uma das principais obras, afirmou que elas foram escritas 730 anos após a queda de Tróia; não sabemos; porém, quando, segundo a suposição dele, isto ocorrera. Havia nessa época e posteriormente diversas eras em uso. Disse também algures que, quando Anaxágoras era velho, ele era jovem, e a partir dai concluiu-se que nasceu em 460 a.C. Parece, entretanto, cedo demais, visto estar baseado na hipótese de que tinha quarenta anos quando se encontrou com Anaxágoras, e a expressão "jovem" sugere menos que esta idade. Demais, cumpre-nos encontrar um espaço para Leucipo entre eles [Demócrito] e Zenão. Se Demócrito morreu, como se diz, com a idade de noventa ou cem anos, de qualquer maneira ainda vivia quando Platão fundara a Academia. Mesmo a partir de fundamentos meramente cronológicos, é falso classificar Demócrito entre os predecessores de Sócrates, e obscurece o fato de que, como Sócrates, ele tentou responder ao seu distinto concidadão Protágoras.

Demócrito foi discípulo de Leucipo, e temos uma prova contemporânea, a de Glauco de Régio, que também os pitagóricos foram seus mestres. Um membro posterior da escola, Apolodoro de Quizico, diz que tomou conhecimento por intermédio de Filolau, o que parece muito provável. Isto esclarece o seu conhecimento geométrico, bem como, outros aspectos do seu sistema. Sabemos, outrossim, que Demócrito falou nas obras das doutrinas de Parmênides e Zenão, que chegou a conhecê-las através de Leucipo. Fez menção a Anaxágoras, e parece ter dito que a sua teoria do sol e da lua não era original. Isto pode referir se à explicação dos eclipses, que geralmente fora atribuída em Atenas, e sem dúvida alguma na Jonia, a Anaxágoras, ainda que Demócrito naturalmente estivesse ciente de ser ela pitagórica.

Diz-se ter visitado o Egito, mas há uma certa razão para se acreditar que o fragmento onde isto é mencionado (fragmento 298 b) é apócrifo. Há um outro (fragmento 116) no qual ele diz: "Eu fui a Atenas e ninguém tomou conhecimento de mim". Se disse isto, sem dúvida deu a entender que não conseguira causar uma impressão tal como o fizera o seu mais brilhante concidadão Protágoras. Por outro lado, Demétrio de Falerão afirmou que Demócrito jamais visitou Atenas; então é possível que este fragmento também seja apócrifo. Seja como for, ele deve ter despendido a maior parte do seu tempo no estudo, ensinando e escrevendo em Abdera. Não era um sofista itinerante do tipo moderno, mas sim o cabeça de uma escola regular.

A verdadeira grandeza de Demócrito não está na teoria dos átomos e do vazio, que ele parece ter exposto bem conforme a tinha recebido de Leucipo. Menos ainda está no seu sistema cosmológico, que deriva mormente de Anaxágoras. Pertence inteiramente a uma outra geração que a desses homens, e não está preocupado de modo especial em encontrar uma resposta a Parmênides. A questão à qual tinha que se dedicar era a de sua própria época. A possibilidade de ciência havia sido negada, bem como todo o problema do conhecimento levantado por Protágoras, e era isto que exigia uma solução. Ademais, o problema do comportamento tornara-se premente. A originalidade de Demócrito, portanto, está precisamente na mesma linha que a de Sócrates.
Teoria do Conhecimento

Demócrito procedeu como Leucipo ao fazer uma avaliação puramente mecânica da sensação, e é provável que ele seja o autor da doutrina minuciosa dos átomos com respeito a este assunto. Uma vez que a alma se compõe de átomos como qualquer outra coisa, a sensação deve consistir no impacto dos átomos externos sobre os átomos da alma, e os órgãos dos sentidos devem ser simplesmente ''passagens" (póroi = poros) através das quais estes átomos se introduzem. Disto decorre que os objetos da visão não são estritamente as coisas que nós mesmos presumimos ver, mas as "imagens" (deíkela, eídola) que os corpos estão constantemente emitindo. A imagem na pupila do olho era considerada como a coisa essencial em visão. Não é, porém, uma semelhança exata do corpo do qual provém, pois está sujeita às distorções causadas pela interferência do ar. Este é o motivo por que vemos as coisas a distância de um modo embaraçado e indistinto, e por que, se a distância for grande, não podemos vê-las de modo algum. Se não houvesse ar, mas somente o vazio, entre nós e os objetos da visão, isto não seria assim; "poderíamos ver uma formiga rastejando no firmamento". As diferenças de cor devem-se à lisura ou aspereza das imagens ao tato. A audição explica-se de uma maneira similar. O som é uma torrente de átomos que jorram do corpo sonante e produzem movimento no ar entre ele [corpo] e o ouvido. Chegou, portanto, ao ouvido junto com aquelas porções do ar que se Ihe assemelham. As diferenças de paladar são devidas às diferenças nas figuras (eide, skhémata) dos átomos que entram em contato com os órgãos desse sentido; e o olfato explica-se semelhantemente, embora não com os mesmos detalhes. De modo idêntico, o tato, considerado como o sentido pelo qual sentimos o calor e o frio, o molhado e o seco e outros que tais, é afetado de acordo com a forma e o tamanho dos átomos chocando nele.

Aristóteles afirma que Demócrito reduziu todos os sentidos ao tato, e é realmente verdade se entendermos por tato o sentido que percebe qualidades, tais como forma, tamanho e peso. Este, todavia, deve ser cautelosamente distinguido do sentido próprio do tato, que acima foi descrito. Para compreender esta questão, temos que considerar a doutrina do conhecimento "legítimo" e "ilegítimo".

É aqui que Demócrito entra nitidamente em conflito com Protágoras, que asseverou serem todas as sensações igualmente verdadeiras para o objeto sensível. Demócrito, pelo contrário, considera falsas todas as sensações dos sentidos próprios, posto que elas não têm uma contrapartida real fora do objeto sensível. Nisto, naturalmente, está em conformidade com a tradição eleática onde repousa a teoria atômica. Parmênides afirmara claramente que o paladar, as cores, o som e outros semelhantes eram apenas "nomes" (onómata), e é bastante idêntico a Leucipo que disse algo de parecido, apesar de não haver razão de se acreditar que ele tenha elaborado uma teoria sobre o assunto. Seguindo o exemplo de Protágoras, Demócrito foi obrigado a ser explícito com referência à questão. Sua doutrina, felizmente, foi-nos preservada através de suas próprias palavras. "Por convenção (nómo)": disse ele (fragmento 125), "há o doce; por convenção há o amargo; por convenção há o quente e por convenção há o frio; por convenção há a cor".Porém, na realidade (etee), há os átomos e o vazio. Deveras, as nossas sensações não representam nada de externo, apesar de serem causadas por algo fora de nós, cuja verdadeira natureza não pode ser apreendida pelos sentidos próprios. Esta é a razão por que a mesma coisa às vezes dá a sensação de doce e às vezes de amargo. "Pelos sentidos", afirmou Demócrito (fragmento 9),"nós na verdade não conhecemos nada de certo, mas somente alguma coisa que muda de acordo com a disposição do corpo e das coisas que nele penetram ou Ihe opõem resistência". Não podemos conhecer a realidade deste modo, pois "a verdade jaz num abismo" (fragmento 117). Vê-se que esta doutrina tem muito em comum com a distinção moderna entre as qualidades primárias e secundárias da matéria.

Demócrito, pois, rejeita a sensação como fonte de conhecimento, exatamente como fizeram os pitagóricos e Sócrates; contudo, como eles, ressalva a possibilidade de ciência, afirmando que existe uma outra fonte de conhecimento que não a dos sentidos próprios. "Há", diz ele (fragmento 11), "duas formas de conhecimento (gnóme): o legítimo (gnesíe) e o ilegítimo (skotíe). Ao ilegítimo pertencem todos estes: a visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato. O legítimo, porém, está separado daquele". Esta é a resposta de Demócrito a Protágoras. Ele diz que o mel, por exemplo, é tanto amargo quanto doce, doce para mim e amargo para você. Na realidade, é "não mais tal do que tal" (oudèn mãllon toion è toion). Sexto Empírico e Plutarco afirmaram claramente que Demócrito argüiu contra Protágoras, e o fato, por conseguinte, está fora da discussão.

Ao mesmo tempo, não se pode ignorar que Demócrito dera uma explicação puramente mecânica deste conhecimento legítimo, como o fizera do ilegítimo. Defendeu, com efeito, que os átomos fora de nós poderiam afetar diretamente os átomos da nossa alma sem a intervenção dos órgãos dos sentidos. Os átomos da alma não se restringem a algumas partes específicas do corpo, mas nele penetram em qualquer direção, e não há nada que os impeça de ter contato imediato com os átomos externos, chegando assim a conhecê-los como realmente são. O "conhecimento legítimo" é, afinal de contas, da mesma natureza do "ilegítimo", e Demócrito recusou-se, como Sócrates, a fazer uma separação absoluta entre os sentidos e o conhecimento. "Pobre Mente", imagina ele os sentidos dizerem (fragmento 125); "é por causa de nós que conseguiste as provas com as quais atiras contra nós. Teu tiro é uma capitulação." O conhecimento "legítimo" não é, apesar de tudo, pensamento, mas uma espécie de sentido interno, e seus objetos são como os "sensíveis comuns" de Aristóteles.

Como seria de esperar de um seguidor dos pitagóricos e de Zenão, Demócrito ocupou-se com o problema da continuidade. Em uma passagem digna de nota (fragmento 155), ele o confirma desta forma: "Se um cone fosse cortado por um plano em linha paralela à base, o que se deveria pensar das superfícies das duas partes cortadas? Seriam iguais ou desiguais? Se forem desiguais, farão irregular o cone, pois ele terá muitas incisões em forma de degraus e muitas asperezas. Se forem iguais, então as partes cortadas serão iguais, e o cone terá a aparência de um cilindro, que é composto de círculos iguais e não desiguais, o que é o maior absurdo". Segundo um comentário de Arquimedes, parece que Demócrito prosseguiu afirmando que o volume do cone era a terça parte do volume do cilindro sobre a mesma base e do mesmo peso, cujo teorema foi demonstrado primeiro por Eudoxo. É evidente, pois, que ele estava empenhado em problemas tais como aqueles que finalmente deram origem ao método infinitesimal do próprio Arquimedes. Vemos mais uma vez como foi importante a obra de Zenão como um fermento intelectual.
A Sofística

Após as grandes vitórias gregas, atenienses, contra o império persa, houve um triunfo político da democracia, como acontece todas as vezes que o povo sente, de repente, a sua força. E visto que o domínio pessoal, em tal regime, depende da capacidade de conquistar o povo pela persuasão, compreende-se a importância que, em situação semelhante, devia ter a oratória e, por conseguinte, os mestres de eloqüência. Os sofistas, sequiosos de conquistar fama e riqueza no mundo, tornaram-se mestres de eloqüência, de retórica, ensinando aos homens ávidos de poder político a maneira de consegui-lo. Diversamente dos filósofos gregos em geral, o ensinamento dos sofistas não era ideal, desinteressado, mas sobejamente retribuído. O conteúdo desse ensino abraçava todo o saber, a cultura, uma enciclopédia, não para si mesma, mas como meio para fins práticos e empíricos e, portanto, superficial.

A época de ouro da sofística foi - pode-se dizer - a segunda metade do século V a.C. O centro foi Atenas, a Atenas de Péricles, capital democrática de um grande império marítimo e cultural. Os sofistas maiores foram quatro. Os menores foram uma plêiade, continuando até depois de Sócrates, embora sem importância filosófica.

Protágoras foi o maior de todos, chefe de escola e teórico da sofística.
Moral, Direito e Religião

Em coerência com o ceticismo teórico, destruidor da ciência, a sofística sustenta o relativismo prático, destruidor da moral. Como é verdadeiro o que tal ao sentido, assim é bem o que satisfaz ao sentimento, ao impulso, à paixão de cada um em cada momento. Ao sensualismo, ao empirismo gnosiológicos correspondem o hedonismo e o utilitarismo ético: o único bem é o prazer, a única regra de conduta é o interesse particular. Górgias declara plena indiferença para com todo moralismo: ensina ele a seus discípulos unicamente a arte de vencer os adversários; que a causa seja justa ou não, não lhe interessa. A moral, portanto, - como norma universal de conduta - é concebida pelos sofistas não como lei racional do agir humano, isto é, como a lei que potencia profundamente a natureza humana, mas como um empecilho que incomoda o homem.

Desta maneira, os sofistas estabelecem uma oposição especial entre natureza e lei, quer política, quer moral, considerando a lei como fruto arbitrário, interessado, mortificador, uma pura convenção, e entendendo por natureza, não a natureza humana racional, mas a natureza humana sensível, animal, instintiva. E tentam criticar a vaidade desta lei, na verdade tão mutável conforme os tempos e os lugares, bem como a sua utilidade comumente celebrada: não é verdade - dizem - que a submissão à lei torne os homens felizes, pois grandes malvados, mediante graves crimes, têm freqüentemente conseguido grande êxito no mundo e, aliás, a experiência ensina que para triunfar no mundo, não é mister justiça e retidão, mas prudência e habilidade.

Então a realização da humanidade perfeita, segundo o ideal dos sofistas, não está na ação ética e ascética, no domínio de si mesmo, na justiça para com os outros, mas no engrandecimento ilimitado da própria personalidade, no prazer e no domínio violento dos homens. Esse domínio violento é necessário para possuir e gozar os bens terrenos, visto estes bens serem limitados e ambicionados por outros homens. É esta, aliás, a única forma de vida social possível num mundo em que estão em jogo unicamente forças brutas, materiais. Seria, portanto, um prejuízo a igualdade moral entre os fortes e os fracos, pois a verdadeira justiça conforme à natureza material, exige que o forte, o poderoso, oprima o fraco em seu proveito.

Quanto ao direito e à religião, a posição da sofística é extremista também, naturalmente, como na gnosiologia e na moral. A sofística move uma justa crítica, contra o direito positivo, muitas vezes arbitrário, contingente, tirânico, em nome do direito natural. Mas este direito natural - bem como a moral natural - segundo os sofistas, não é o direito fundado sobre a natureza racional do homem, e sim sobre a sua natureza animal, instintiva, passional. Então, o direito natural é o direito do mais poderoso, pois em uma sociedade em que estão em jogo apenas forças brutas, a força e a violência podem ser o único elemento organizador, o único sistema jurídico admissível.

A respeito da religião e da divindade, os sofistas não só trilham a mesma senda dos filósofos racionalistas gregos do período precedente e posterior, mas - de harmonia com o ceticismo deles - chegam até o extremo, até o ateísmo, pelo menos praticamente. Os sofistas, pois, servem-se da injustiça e do muito mal que existe no mundo, para negar que o mundo seja governado por uma providência divina.
Protágoras de Abdera

Protágoras nasceu em Abdera - pátria de Demócrito , cuja escola conheceu - pelo ano 480. Viajou por toda a Grécia, ensinando na sua cidade natal, na Magna Grécia, e especialmente em Atenas, onde teve grande êxito, sobretudo entre os jovens, e foi honrado e procurado por Péricles e Eurípedes. Acusado de ateísmo, teve de fugir de Atenas, onde foi processado e condenado por impiedade, e a sua obra sobre os deuses foi queimada em praça pública. Refugiou-se então na Sicília, onde morreu com setenta anos (410 a.C.), dos quais, quarenta dedicados à sua profissão. Dos princípios de Heráclito e das variações da sensação, conforme as disposições subjetivas dos órgãos, inferiu Protágoras a relatividade do conhecimento. Esta doutrina enunciou-a com a célebre fórmula; o homem é a medida de todas as coisas. Esta máxima significava mais exatamente que de cada homem individualmente considerado dependem as coisas, não na sua realidade física, mas na sua forma conhecida. Subjetivismo, relativismo e sensualismo são as notas características do seu sistema de ceticismo parcial. Platão deu o nome de Protágoras a um dos seus diálogos, e a um outro o de Górgias.
Górgias de Leôncio

Górgias nasceu em Abdera, na Sicília, em 480-375 a.C - correlacionado com Empédocles - representa a maior expressão prática da sofística, mediante o ensinamento da retórica; teoricamente, porém, foi um filósofo ocasional, exagerador dos artifícios da dialética eleática. Em 427 foi embaixador de sua pátria em Atenas, para pedir auxílio contra os siracusanos. Ensinou na Sicília, em Atenas, em outras cidades da Grécia, até estabelecer-se em Larissa na Tessália, onde teria morrido com 109 anos de idade. Menos profundo, porém, mais eloqüente que Protágoras, partiu dos princípios da escola eleata e concluiu também pela absoluta impossibilidade do saber. É autor duma obra intitulada "Do não ser", na qual desenvolve as três teses:

Nada existe; se alguma coisa existisse não a poderíamos conhecer; se a conhecêssemos não a poderíamos manifestar aos outros. A prova de cada uma destas proposições e um enredo de sofismas, sutis uns, outros pueris.

No Górgias de Platão, Górgias declara que a sua arte produz a persuasão que nos move a crer sem saber, e não a persuasão que nos instrui sobre as razões intrínsecas do objeto em questão. Em suma, é mais ou menos o que acontece com o jornalismo moderno. Para remediar este extremo individualismo, negador dos valores teoréticos e morais, Protágoras recorre à convenção estatal, social, que deveria estabelecer o que é verdadeiro e o que é bem!

© Texto elaborado por Rosana Madjarof
OBRAS UTILIZADAS

DURANT, Will, História da Filosofia - A Vida e as Idéias dos Grandes Filósofos, São Paulo, Editora Nacional, 1.ª edição, 1926.

FRANCA S. J., Padre Leonel, Noções de História da Filosofia.

PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís, História da Filosofia, Edições Melhoramentos, São Paulo, 10.ª edição, 1974.

VERGEZ, André e HUISMAN, Denis, História da Filosofia Ilustrada pelos Textos, Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 4.ª edição, 1980.

Coleção Os Pensadores, Os Pré-socráticos, Abril Cultural, São Paulo, 1.ª edição, vol.I, agosto 1973.

Revolução Francesa dá os Primeiros Passos para os Direitos Políticos às Mulheres

No sumário da história a mulher sofreu muito mais do que esperava, sua história é marcada por lutas para conseguir ser sujeito de Direito, em Roma á mulher era submissa ao pater-familia onde tinha que presta obediência, antes do casamento a mulher não era reconhecida na sociedade romana sói após o casamento que tal tinha apenas um reconhecimento social, e ainda tinha que dar seus bens ao marido para tal ser o tutor, era como se a mulher desse um dote para casar. Na Grécia só quem participava da política decisões da polis eram os homens, mas com o passar dos tempos surgi um movimento chamada revolução francesa que significou queda de poder para a burguesia, é exatamente durante a revolução que surge o primeiro exemplo de um movimento de mulheres.

Em um momento de ascensão as mulheres comandaram uma passeata que acabou levando o rei a abandonar o seu castelo em Versalhes (Paris), toda essa luta não foi suficiente, é claro que fortaleceu as mulheres naquele momento, mas logo após as coisas se acalmarem tudo voltou ao normal, os homens tomaram o poder novamente e após algum tempo no século XIX é que movimento de mulheres começa efetivamente a ganhar espaço no cenário social mundial, tanto na frança como em toda a Europa. Apenas em 1913 na Noruega que as reivindicações das mulheres por Direitos políticos começaram a dar seus frutos. Já na atualidade as mulheres ocupam espaço cativo na sociedade, algumas em cargos importantes no Estado e assim por diante, a grande questão era que na naquela determinada situação elas tinham idéias modernas demais para o momento, a mulher tinha um referencia de ser uma pessoa do “La” e mudou radicalmente querendo participar ativamente das decisões do Estado, mas isso não é um erro do Estado e sim da própria sociedade daquela época, pois a própria cultura não portava mecanismos de mudança, uma cultura extremamente masculina onde as mulheres eram consideradas inferiores em tudo, se compararmos um escravo na Grécia e uma mulher os dois estavam em lados iguais, os escravos por sua vez não eram considerados ser humanos pelo simples fato de não terem conhecimento, os gregos afirmavam que o ser humano tem que se dedicar a maior parte de sua vida aos estudos, já as mulheres também não tinha chance de participar de uma universidade se tinha era uma minoria, então a culpa esta no modo de vida, na cultura, a sociedade não estava preparada para aquelas mudanças, já na sociedade atual as mudanças são encaradas com naturalidade.

Por tanto as culturas sociais tem muita influencia no desenvolvimento de uma sociedade e seu crescimento para um reconhecimento mundial, os países de primeiro mundo são assim, bastante preocupados com o bem estar cultural e isso é importante para um crescimento geral.

“Esse artigo é dedicado aquelas mulheres que lutam por seus ideais, e especialmente a uma mulher que é importante demais em minha vida, Brenda Mendonça Da Silva.”

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Melissa comemora 30 anos com exposição no Rio


Entre os dias 28 de outubro e 15 de novembro, o Solar Real, um casarão colonial da metade do século XIX localizado em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, vai sediar a exposição “MelissaEU!”, uma homenagem aos 30 anos de existência da sandália de plástico. Com direção da jornalista e editora de moda Erika Palomino – que há seis anos ocupa o cargo de consultora criativa da Melissa -, a mostra recontará, em 17 ambientes, toda a trajetória da Melissa e sua estreita relação com a moda e com o design nessas três décadas que já renderam ao mundo nada menos que 500 modelos criados e mais de 100 milhões de pares fabricados.

Um dos destaques da mostra, a parceria com o top trio Jean-Paul Gaultier, Vivienne Westwood e Thierry Mugler será lembrada na “Sala da Alta Moda”, que receberá os modelos assinados por eles, além de vídeos e fotos de desfiles e outras criações dos estilistas para suas marcas. Já o espaço “Jóias do Acervo” vai expor os modelos históricos da marca, uma retrospectiva dos 30 anos contada por meio de seus produtos, do Aranha 79, a um dos hits das atuais coleções, a sapatilha peeptoe Ultragirl, passando pelos clássicos Melissa Yes Brasil, Miami e Jazz – será a primeira vez que as relíquias deixam o acervo da Grendene e participam de uma mostra aberta ao público. Até o famoso cheirinho de tutti-frutti das sandálias vai marcar presença: uma fonte vai jorrar água cor de rosa aromatizada.

Outra coisa interessante é a versão gigante da Melissa criada pela arquiteta iraniana Zaha Hadid, que já participou de mostras em Londres e Paris, que estará exposta no jardim. Além disso tudo serão realizadas palestras às quartas-feiras e um bar estará funcionando durante todo o horário da exposição. Para quem não tiver carro, a organização disponibilizará um serviço de shuttle saindo de pontos estratégicos da cidade, de duas em duas horas, entre 10h e 18h.

Lista de Pardais - Rio de Janeiro

Pardais:

Ø Av. Brasil - 2 na altura do Ceasa, 2 sentidos. Limites: 80km/h pista da direita, 100km/h demais pistas.

Ø Linha Amarela - 2 na altura do Nova América Outlet em Del Castilho, nos 2 sentidos. Limites: 80 km/h direita; 100km/h demais pistas.

Ø Parque do Flamengo - em frente ao Museu de Arte Moderna, nos 2 sentidos. Limites: 70km/h pista da direita; 90km/h demais.

Ø Túnel Rebouças - quase no final da 1a. galeria, sentido Zona Sul - Centro. Limite: 90km/h.

Ø Na Linha Vermelha:
1. Sentido centro - a eroporto: 3 pardais:
(a) na altura do início do campo de São Cristóvão;
(b) perto do final do trecho em suspenso (viaduto com armação metálica em vermelho); e
(c) o novo (que já tem uns 3 meses e está levando muita grana!) é após o viaduto na altura exata de um outdoor da Telefônica (traçar uma reta imaginária no outdoor);
2. Sentido aeroporto-centro, também 3 pardais:
(a) logo no início da via quando se vem da Dutra;
(b) perto da junção com o fluxo proveniente da Washington Luiz (região serrana e baixada fluminense, esse é bem em baixo de uma placa de sinalização (a 2ª placa para quem vem da Washington); e
(c) na mesma altura do terceiro do outro sentido (a referência é a polícia rodoviária e o mesmo outdoor, que no sentido oposto NÃO é da Telefônica, mas é fácil de ver pois também é embaixo de uma placa de sinalização)

3. Na Av. das Américas, no Recreio dos Bandeirantes, em ambos os sentidos, na altura do Km 18. Velocidade permitida: 80 km/h.

Ø Veja mais controladores instalados na cidade do Rio de Janeiro
Ø Vias Fiscalizadas Eletronicamente no Rio de Janeiro

PROGRAMAÇÃO CARNAVAL 2010

PRÉ-CARNAVALESCOS
Nas semanas anteriores ao carnaval acontecem as melhores festas e os mais badalados ensaios de bandas e blocos, shows de samba no Terreirão, os ensaios finais nas quadras das escolas de samba, ensaios técnicos na Passarela do Samba e visita à Cidade do Samba. É o clima efervescente que já começa aquecer os tamborins para viver a alegria da melhor festa popular do planeta.

Temporada de Ensaios Técnicos no Sambódromo

A Cidade do Rio de Janeiro começa a viver o clima do Carnaval 2010 com os Ensaios das Escolas de Samba dos Grupos Especial e de Acesso, a partir do dia 06 de dezembro.

O acesso às arquibancadas é aberto ao público.
O Pagode da Marquês apresenta estrelas da MPB ao término da programação dos domingos no palco montado em frente ao setor 3.

DEZEMBRO:
Dom, 06
19h - Cubango
20h -Viradouro
22h - Mangueira

Dom, 13
19h - Império Serrano
20h - Mocidade
22h - Vila Isabel

Sáb, 19
20h - Unidos de Padre Miguel
22h - União da Ilha

Dom, 20
19h - Império da Tijuca
20h - Beija-Flor de Nilópolis
22h - Unidos da Tijuca

JANEIRO

Sex, 08
22h - Imperatriz Leopoldinense

Sáb, 09
19h - Tuiuti
20h - Porto da Pedra
22h - Portela

Dom, 10
19h - Santa Cruz
20h - Mocidade Independente de Padre Miguel
22h - Acadêmicos do Salgueiro

Sáb, 16
19h - Inocentes de Belford Roxo
20h - Caprichosos de Pilares
22h - União da Ilha do Governador

Dom, 17
19h - São Clemente
22h - Viradouro

Dom, 24
19h - Acadêmicos da Rocinha
20h - Estação Primeira de Mangueira
22h - Unidos da Tijuca

Sáb, 30
19h - Estácio de Sá
20h - Porto da Pedra
22h - Portela

Dom, 31
19h - Renascer de Jacarepaguá
20h - Grande Rio
22h - Unidos de Vila Isabel

FEVEREIRO

Sáb, 06
19h - Beija-Flor de Nilópolis
22h - Imperatriz Leopoldinense

Dom, 07
19h - Teste de som e iluminação da Passarela com a escola Acadêmicos do Salgueiro

Local: Praça da Apoteose - Rua Marques de Sapucaí, s/nº - Centro

http://liesa.globo.com

TERREIRÃO DO SAMBA
Organização: Riotur - Tel.: 2271-7068
Espaço ao ar livre que apresenta shows antes do Carnaval e continua a pleno vapor até o Sábado das Campeãs. Em meio a barraquinhas de comidas e bebidas, um grande palco magnetiza as atenções.
Local: Praça Onze - Av. Presidente Vargas, junto ao setor 1 da Passarela Professor Darcy Ribeiro Sambódromo).
5, 6, 12-16 19 e 20 de fevereiro

CARNAVAL

SEXTA-FEIRA - 12 de fevereiro

A cidade realiza a maior festa popular do mundo, o Carnaval, de 12 a 16 de fevereiro, com vários eventos pré-carnavalescos. O encerramento oficial é no dia 20 de fevereiro, Sábado das Campeãs, quando, na Passarela do Samba, as Escolas vencedoras proporcionam um espetáculo de rara beleza. Há, ainda, a premiação dos três melhores Coretos, numa festa que traz alegria e folia aos bairros da cidade.

SEXTA - TERÇA - 12 a 16 de fevereiro

BAILE DA CINELÂNDIA
Organização e promoção RIOTUR - Tel.: 2271-7068
Tradicional ponto de encontro do carnaval carioca, o Baile da Cinelândia, criado em 1990, é desde então, um dos maiores espetáculos do Carnaval de Rua da cidade, reunindo mais de 60 mil pessoas durante os cinco dias de evento. Os maiores ídolos dos carnavais de todos os tempos, se apresentam no palco montado em frente às escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O público poderá dançar e cantar embalado por sucessos musicais de artistas consagrados do Carnaval.
Horário: A partir das 20h
Local: Praça Floriano - Cinelândia

DESFILES DAS ESCOLAS DE SAMBA DO GRUPO A - LESGA
Sáb, 13/02/2010 - 21h
Local: Marques de Sapucaí

1 – Unidos de Padre Miguel
2 – Império Serrano
3 – Império da Tijuca
4 – Paraíso do Tuiuti
5 – Inocentes de Belford Roxo
6 – Renascer de Jacarepaguá
7 – Caprichosos de Pilares
8 – São Clemente
9 – Acadêmicos de Santa Cruz
10 – Acadêmicos da Rocinha
11 – Estácio de Sá
12 – Acadêmicos do Cubango

DESFILES DAS ESCOLAS DE SAMBA - ASSOCIAÇÃO DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RJ
GRUPO RIO DE JANEIRO II
Dom, 14/02/2010 – 19h
Local: Estrada Intendente Magalhães - Campinho

1-GRES ACADÊMICOS DO DENDÊ
2-GRES ARRASTÃO DE CASCADURA
3-GRES ACADÊMICOS DA ABOLIÇÃO
4-GRES UNIDOS DE MANGUINHOS
5-GRES DIFÍCIL É O NOME
6-ARES VIZINHA FALADEIRA
7-SERES UNIDOS DO CABUÇÚ
8-GRES UNIDOS DA PONTE
9- GRES ACADÊMICOS DO ENGENHO DA RAINHA
10-GRES UNIDOS DE VILA SANTA TEREZA
11-GRES UNIDOS DE VILA KENNEDY
12-GRES INDEPENDENTE DA PRAÇA DA BAND
13-GRES CORAÇÕES UNIDOS DO AMARELINHO
14-GRES UNIDOS DE COSMOS

DESFILES DAS ESCOLAS DE SAMBA - GRUPO ESPECIAL
LIGA INDEPENDENTE DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RIO DE JANEIRO - LIESA - Tel.: 3213-5151
www.liesa.com.br
Este desfile é o ponto alto do Carnaval. As escolas de samba do Grupo Especial são conhecidas pela magnificência e luxo.
Local: Rua Marquês de Sapucaí - Sambódromo

Domingo - 14 de fevereiro

1ª – União da Ilha, 21h
2ª – Imperatriz, entre 22h05 e 22h22
3ª – Unidos da Tijuca, entre 23h10 e 23h44
4ª – Viradouro, entre 0h15 e 1h06
5ª – Salgueiro, entre 1h20 e 2h28
6ª – Beija-Flor, entre 2h25 e 3h50

Segunda-feira - 15 de fevereiro

1ª – Mocidade, 21h
2ª – Porto da Pedra, entre 22h05 e 22h22
3ª – Portela, entre 23h10 e 23h44
4ª - Grande Rio, entre 0h15 e 1h06
5ª - Vila Isabel, entre 1h20 e 2h28
6ª - Mangueira, entre 2h25 e 3h50

OBS – As Escolas de ordem ímpar se concentrarão no lado do Edifício Balança Mas Não Cai; as de ordem par se concentrarão no lado dos Correios.

DESFILES DA ASSOCIAÇÃO DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RJ
GRUPO RIO DE JANEIRO III
Seg, 15/02/2010 – 19h
Local: Estrada Intendente Magalhães - Campinho

1 - GRES MOCIDADE UNIDA DE JACAREPAGUÁ
2 - GRES IMPERIAL
3 - GRES UNIÃO DE VAZ LOBO
4 - GRES DELÍRIO DA ZONA OESTE
5 - GRES EM CIMA DA HORA
6 - GRES UNIDOS DE LUCAS
7 - GRES UNIDOS DE VILA RICA
8 - GRES FAVO DE ACARÍ
9 - GRES ROSA DE OURO
10 - GRES GATO DE BONSUCESSO
11 - GRES MOCIDADE UNIDA DE SANTA MARTA
12 - GRES MOCIDADE INDEPENDENTE DE INHAÚMA
13 - GRES UNIDOS DO ANIL
14 - GRES ACADÊMICOS DE VIGÁRIO GERAL

DESFILES DA ASSOCIAÇÃO DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RJ
GRUPO RIO DE JANEIRO I
Ter, 16/02/2010 – 19:30h
Local: Rua Marquês de Sapucaí - Sambódromo

1 - GRES MOCIDADE DE VICENTE DE CARVALHO
2 - CCES FLOR DA MINA DO ANDARAÍ
3 - GRES ARRANCO
4 - GRES UNIÃO DE JACAREPAGUÁ
5 - GRES TRADIÇÃO
6 - GRES UNIÃO PARQUE DO CURICICA
7 - GRES BOI DA ILHA
8 - GRES SERENO DE CAMPO GRANDE
9 - GRES ALEGRIA DA ZONA SUL
10 - GRES ACADÊMICOS DO SOSSEGO
11 - SRES LINS IMPERIAL
12 - GRES UNIDOS DO JACAREZINHO
13 - GRES CORAÇÕES UNIDOS DA DO AMARELINHO
14 - GRES UNIDOS DE COSMOS

DESFILES DA ASSOCIAÇÃO DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RJ
GRUPO RIO DE JANEIRO IV
Ter, 16/02/2010 – 20h
Local: Estrada Intendente Magalhães – Campinho

1 - GRES LEÃO DE NOVA IGUAÇÚ
2 - GRES ARAME DE RICARDO
3 - GRES UNIDOS DO URAITI
4 - GRES UNIDOS DO SACRAMENTO
5 - GRES PARAÍSO DA ALVORADA
6 - GRES INFANTES DA PIEDADE
7 - GRES BOÊMIOS DE INHAÚMA
8 - GRES CANÁRIOS DAS LARANJEIRAS
Datas: 06/12/2009, 13/12/2009, 19/12/2009, 20/12/2009, 08/01/2010, 09/01/2010, 10/01/2010, 16/01/2010, 17/01/2010, 24/01/2010, 30/01/2010, 31/01/2010, 06/02/2010, 07/02/2010, 12/02/2010, 13/02/2010, 14/02/2010, 15/02/2010, 16/02/2010, 19/02/2010, 20/02/2010

FOOTBALL EXPO - 3ª FEIRA INTERNACIONAL DE PRODUTOS E SERVIÇOS PARA A INDÚSTRIA DO FUTEBOL
Evento Paralelo: VI Footecon - Fórum Internacional de Futebol
Organização e Promoção: Fagga Promoções e Eventos - Tel.: 3521-1500 - Fax: 3521-1501
fagga@fagga.com.br
A feira em sua 3ª edição apresenta equipamentos, produtos, projetos, serviços e soluções para o setor esportivo, criando oportunidades de atualização profissional e realização de negócios.
Paralelamente, em sua 5ª edição, o Footecon é um fórum voltado para a capacitação e troca de experiências entre os profissionais da área, e conhecido por reunir famosos esportistas, executivos e dirigentes de futebol.
Website: http://www.footecon.com.br
Local:
- Riocentro - GL Events Centro de Convenções - Av. Salvador Allende, 6.555 - Pavilhões 1, 2, 3 e 4 - Jacarepaguá
- Fone: (21) 3035-9100
Datas: 08/12/2009, 09/12/2009

guia turistico rio de janeiro

Guia Céu Azul de Copacabana: Rio de Janeiro

Pontos de turismo tradicionais:

Corcovado: O Morro do Corcovado certamente é a maior atração da cidade. Situado a 710 metros acima do nível do mar, o morro sustenta a estátua do Cristo Redentor, um dos mais conhecidos monumentos do planeta. A estátua, que mede 38 metros e pesa 1.145 toneladas, foi inaugurada em 1931. Para chegar ao terraço principal, o visitante tem que subir 222 degraus íngremes ou se utilizar da escada rolante e dos elevadores com vista panorâmica. A subida até o topo do Morro Corcovado, pode ser feita pelo trenzinho que sobe por uma estrada de ferro, uma das mais antigas do país, inaugurada em 1884 por D. Pedro II. Rua Cosme Velho 513, Cosme Velho - tel. 2558-1329 (9h-18h).

Pão de Açúcar: O Pão de Açúcar é outro cartão postal mundialmente conhecido. Para se chegar ao topo (396 m), o visitante sobe num teleférico envidraçado, em duas etapas. A primeira vai até o Morro da Urca (220 m) e a segunda até o Morro do Pão de Açúcar. A extensão do percurso de 1.330 metros é feita em 6 minutos. Lá de cima pode-se observar a mais bonita vista da Baía de Guanabara, do Centro da cidade e também de Niterói. Av. Pasteur 520, Urca - tel. 2541-3737 (8h-22h) --- Do alto do Morro da Urca é possível fazer vôos panorâmicos de Helicóptero. Mais informações nos telefones: 2542-7895

Praia de Copacabana: Conhecida como a Princesinha do Mar, Copacabana é uma síntese da cidade do Rio de Janeiro. No verão e, principalmente, nos fins de semana o número de freqüentadores aumenta consideravelmente. Vale a pena visitar o Forte de Copacabana no Posto 6, palco de eventos históricos do Brasil e sede do Museu Histórico do Exército.

Maracanã: Construído para a Copa do Mundo de 1950, o Estádio Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, é o maior templo do futebol mundial. O Brasil perdeu aquela Copa, mas ganhou um palco digno de qualquer jogo e espetáculo. Dentro ainda há o Museu do Esporte onde são exibidas preciosidades como a camisa 10 da Seleção Brasileira que pertenceu a Pelé. Vale a pena conferir a programação de jogos para assistir alguma partida de futebol. Algumas empresas oferecem ingressos e o serviço de translado para o estádio e acompanhamento dos jogos. Informe-se na recepção do seu hotel. Rua Professor Henrique Rabelo, portão 18, Maracanã.

Pontos de turismo interessantes:

Teatro Municipal: Inspirado na Ópera de Paris, o Teatro Municipal foi inaugurado em 1909 e sempre abrigou os maiores espetáculos do país. A arquitetura do teatro impressiona com suas arcadas de mármore e vitrais importados da Europa. Outro destaque é o pano de boca pintado pelo italiano Eliseu Visconti, que retrata figuras célebres como Rembrandt, Wagner e Carlos Gomes. Verifique a programação e aproveite o espetáculo. Praça Floriano, Centro.

Confeitaria Colombo: Inaugurada em 1894, a Colombo é local marcante da alta sociedade carioca do início do século XX. A decoração antiga e o serviço de chá continuam sendo uma grande atração. Rua Gonçalves Dias 32/36, Centro. A Confeitaria Colombo tem uma filial no Forte de Copacabana, sem a decoração tradicional, mas com ótimo serviço de chá e guloseimas.

Mosteiro de São Bento: O Mosteiro de São Bento foi construído pelos Beneditos (1617-1669) e é um marco do barroco brasileiro. Ele foi erguido pelos monges Beneditos. Seu interior é rico e magnífico. Destaque para as grades de jacarandá feitas por Frei Domingos da Conceição entre 1698 e 1706 e os painéis da capela principal, pintados entre 1663 e 1700. Aos domingos realiza-se uma famosa missa acompanhada pelo canto gregoriano dos monges beneditinos. Para assisti-la, é aconselhável chegar com 30 minutos de antecedência. Rua D. Gerardo 68, Centro.

Outros pontos de turismo: Igreja N.S. da Candelária, Igreja da Glória, Museu de Arte Contemporânea, Catedral Metropolitana e Paço Imperial.

Praias do Rio de Janeiro que deveriam ser visitadas:

Além da praia de Copacabana aconselhamos uma visita à tradicional praia de Ipanema e à belíssima praia da Barra da Tijuca. Em Ipanema, o melhor trecho é entre os postos de salvamento 10 e 9. O posto 9 é ponto de encontro do público alternativo e hippie. Na praia da Barra, que se estende por diversos quilômetros, há vários trechos muito bonitos. O ponto da moda é na altura da Barraca do Pepe, ponto de encontro de esportistas e pessoas bonitas.

Resumo dos principais museus:

Museu Nacional de Belas Artes (MNBA): O MNBA abriga as mais importantes exposições da cidade e ocupa o prédio onde desde 1908 funcionou a Academia de Belas Artes. Seu acervo de 14 mil peças é exposto de forma rotativa e apresenta obras de todas as fases da pintura brasileira. São quadros de Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Lasar Segall e outros. Entre os estrangeiros, obras de Debret, Boudin, Picasso e Rodin. Av. Rio Branco 199, Centro.

Museu Histórico Nacional: As 300 mil peças são muito interessantes e contam a história do Brasil, desde seu descobrimento até a proclamação da República. Destaque para as maquetes em marfim da família imperial. Praça Marechal Âncora, Centro.

Museu Histórico da República: O Palácio do Catete serviu como sede da Presidência da República de 1897 até 1960, quando foi transformado em museu. Seu acervo conta a história da República com destaque para o ex-presidente Getúlio Vargas, que lá se suicidou. Rua do Catete 153, Catete.

Museu Chácara do Céu: Localizado em Santa Teresa, possui um acervo com cerca de 8 mil peças entre pinturas, gravuras, desenhos e esculturas. Destaque para obras de Matisse, Modigliani, Monet, Dali, Picasso, Di Cavalcanti e Portinari. Rua Murtinho Nobre 93, Santa Teresa.

Museu de Arte Moderna (MAM): Inaugurado 1958 com projeto arquitetônico de Affonso Eduardo Reidy e paisagístico de Burle Marx, o MAM abriga ótimas exposições de arte. Destaque para obras de artistas brasileiros. Av. Infante D. Henrique 85, Parque do Flamengo, Centro.

Quinta da Boa Vista: O Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista era a residência escolhida pelos imperadores do Brasil Império. Hoje é museu nacional e jardim zoológico. Acervo fixo: 10.000 peças distribuídas por 3800 m2. Entre estes o fóssil de um bicho preguiça gigante, peças egípcias, louças orientais e peças dos imperadores do Brasil. Na Quinta da Boa Vista.

Museu de Arte Contemporânea: Seu maior destaque é o próprio prédio projetado por Oscar Niemeyer. Além de um acervo com 600 obras de arte concretista, possui também uma inigualável vista para o Rio de Janeiro. Mirante da Boa Viagem, Boa Viagem, Niterói.

Museu Histórico do Exército: O belo forte está localizado no final da Praia de Copacabana (lado Ipanema). No museu estão expostas peças de artilharia e infantaria de épocas diversas. Há também um acervo fotográfico e bibliográfico. Destaque para a belíssima vista sobre Copacabana.

Guia de Compras:

Vestuário feminino e masculino em geral: Nos três principais shopping centers da cidade, o Barra Shopping, o Rio Sul e o Fashion Mall. O Barra Shopping é o maior de todos, o Fashion Mall é shopping da elite carioca e concentra as melhores (e mais caras) marcas, enquanto o Rio Sul geralmente tem as melhores ofertas.

Grifes de biquínis: As diversas lojas de biquínis tem várias filiais na cidade. Citaremos somente uma filial de cada loja. Para saber sobre outras filiais da mesma grife, informe-se na recepção de seu hotel. As melhores grifes de biquínis do Rio de Janeiro (e do Brasil) são: Lenny (Fashion Mall), Rosa Chá (Fashion Mall), BumBum (Fórum de Ipanema), Rygy (Rio Sul), Companhia Marítima (Fashion Mall).

Souvenirs e lembranças da cidade:
Livro de fotografia Rio de Janeiro - Hans Donner (isbn: 85-87467-15-8): 114 páginas com belíssimas fotos do Rio de Janeiro. Acabamento de luxo. A venda nas melhores livrarias e pontos de turismo da cidade.
Livro Rio de Janeiro 110 Colorfotos (isbn: 85-87467-03-4): Livro de fotografia com 110 fotos do Rio de Janeiro e legendas explicativas em diversos idiomas. Excelente custo benefício. A venda nas melhores livrarias e pontos de turismo da cidade.
Mapa Colormap do Rio de Janeiro: Este mapa, todo desenhado a mão, contém os pontos de turismo da cidade, museus, hotéis, fotos e muita informação. A venda nas melhores livrarias e pontos de turismo da cidade.
Cartões Postais Panorâmicos da Editora Céu Azul de Copacabana: Os melhores postais da cidade. Belíssimas fotos e qualidade de impressão inigualável. A venda somente em pontos selecionados (Livrarias da Travessa, Pão de Açúcar, Estação de trem do Corcovado no Cosme Velho, Letras e Expressões de Ipanema, Cafés Finos Aeroporto, Laselva Aeroporto, Maracanã).
Kit de quatro pôsteres do Rio de Janeiro: Pôsteres do Rio de Janeiro com qualidade sem igual. Os quatro pôsteres são: 1.Corcovado, 2.Pão de Açúcar, 3.Corcovado com Pão de Açúcar, vista aérea, 4.Corcovado no pôr-do-sol, vista aérea. A venda nas melhores livrarias e pontos de turismo da cidade.

Artesanato: Existem dois ótimos locais para se comprar artesanato no Rio de Janeiro. A Feira Noturna na Praia de Copacabana e a Feira Hippie em Ipanema (somente aos domingos).

Jóias e pedras preciosas: A mais famosa joalheria do Rio de Janeiro e do Brasil e a H. Stern. Há diversas filias pela cidade, mas a loja principal, onde também há um museu, fica na Rua Garcia Dávila esquina com Visconde de Pirajá, em Ipanema.

Dicas de Restaurantes:

Três locais no Rio de Janeiro onde há uma grande concentração de ótimos restaurantes: Baixo Leblon (destaque para Pizzaria Guanabara, Seu Martin, Sushi Leblon, entre muitos outros). Rio Design Barra (destaque para a famosa Pizzaria Fiameta, entre muitos outros). Down Town (neste shopping ao ar livre, na Barra da Tijuca, há dezenas de restaurantes, muitos com música ao vivo).

As melhores churrascarias da cidade:
Churrascaria Porção Rio's: Ótima qualidade e uma vista deslumbrante sobre o Pão de Açúcar. Aterro do Flamengo (021) 3461-9020
Churrascaria Porção Ipanema: A churrascaria dos famosos, freqüentada por artistas e jogadores de futebol. Ótimo padrão. Rua Barão da Torre, 218 – Ipanema
Tel: (21) 3202-9150.
Churrascaria Oásis São Conrado: A melhor carne do Rio de Janeiro. Estrada do Joá, 136 - São Conrado Tels. (21) 3322-3144 / 3322-2883.


A melhor pizza da cidade:
Pizzaria Caprichosa: Faz uma pizza fora do comum, com ingredientes importados da Itália. Filiais em Ipanema (rua Vinícius de Morais), Copacabana (rua Constate Ramos), Jardim Botânico (Rua Maria Angélica) e Barra da Tijuca.
Pizzaria Fiameta: Pizza excelente, tendo ótimo custo benefício. No Rio Design Barra.
Pizzaria Guanabara: A pizzaria mais tradicional do Rio de Janeiro, ponto de encontro de jovens e boêmios. Baixo Leblon. Avenida Ataulfo de Paiva, 1228 Leblon - 2294-0797.

Restaurantes famosos e sofisticados (e caros !!!):
Antiquários: Este restaurante português é um dos melhores da cidade. Destaque para a excelente comida e o ótimo atendimento que se completam. Tem excelente adega. Rua Aristides Espínola 19, Leblon (tel. 2294-1049).
Cipriani: Considerado por muitos o melhor italiano da cidade. Some isto ao ambiente com bela vista para a piscina do Copacabana Palace. Destaque para o ótimo atendimento. Av. Atlântica 1.702, Hotel Copacabana Palace, Copacabana (tel. 2548-7070).
Satyricon: Excelente em todos os sentidos. Artistas estrangeiros como Madonna e Mick Jagger já saborearam sua cozinha, especializada em frutos do mar. Rua Barão da Torre 192, Ipanema.

Este Guia é um oferecimento de:



Livro Rio de Janeiro 110 Colorfotos
Livro Brasil 110 Colorfotos
Livro rio de Janeiro - Hans Donner - Edição de Luxo

Esportes:

Surfe: Existem vários pontos no Rio de Janeiro muito apropriados para a prática do surfe. Deve-se porém ser muito cauteloso, pois as correntes marinhas são perigosas. Há muitos casos de afogamentos. Os locais indicados para o surfe são: Praia do Arpoador, Barra da Tijuca (em frente ao condomínio Barra Mares), Prainha e Grumarí. Em dias de ressaca, quando as ondas chegam até quatro metros de altura, o melhor ponto é próximo ao Mirante do Leblon. Copacabana geralmente não apresenta boas ondas para o surfe.

Asa-delta: O Rio de Janeiro conta com uma das melhores e mais seguras rampas para a prática da asa-delta. A rampa de partida fica na Pedra Bonita em São Conrado e o pouso é feito na praia do Pepino, também em São Conrado. Diversas empresas oferecem a prática de vôo duplo para interessados. Alguns telefones: Asa Delta - Hang Gliding Tour: (21) 2422-6531 / Deltaflight: (21) 2575-8626 (Telefones selecionados no site da Riotur - empresa de turismo do Rio de Janeiro - www.rio.rj.gov.br)

Kitesurf: O ponto oficial para a prática do kitesurf no Rio de Janeiro fica na Barra da Tijuca, próximo a Praia do Pepê.

Windsurfe: O ponto oficial para a prática do windsurfe no Rio de Janeiro fica na Barra da Tijuca, pouco após a Praia do Pepê. No local há uma hangar de madeira onde os praticantes guardam o seu material.

Mergulho: Existem diversas empresas no Rio de Janeiro que oferecem mergulho. Uma destas é a Diver’s Quest Rua Maria Angélica, 171/110 - Jardim Botânico. (21) 2266-4041 / (21) 2286-2513.

Bicicleta, Patins e Skate: Todos os domingos e feriados as auto estradas da orla do Rio de Janeiro (Copacabana, Ipanema e Leblon) ficam interditadas para o trânsito, tornando-as ideais para as praticas de bicicleta, skate e patins. Há serviços de aluguel de bicicletas.